Além do desaparecimento do avião 320-200 da AirAsia na manhã deste domingo (28) na Indonésia, aconteceram outros três grandes acidentes com linhas aéreas comerciais em 2014. Um em março e os outros dois em julho. O ano foi particularmente fatal: 1.050 pessoas morreram em 151 acidentes, segundo dados da organização Aviation Safety Network – mais do que nos anos de 2012 e 2013 somados.

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Entretanto, o número de mortos em acidentes aéreos tem diminuído ao longo dos últimos 20 anos. Desde 2005, o número de fatalidades não chegava a mil. Nas décadas de 1970 e 1980, esse número chegava a dois mil por ano – o recorde foi 1972, com 2.370 mortes. Ou seja, ainda que os casos tenham mais visibilidade, os aviões, hoje, são muito mais seguros. Também é possível dizer que 2014 foi um ponto fora da curva nesse sentido.

Acidentes

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O primeiro foi o desaparecimento do Boeing 777-200 da Malaysia Airlines, no dia 8 de março, que ia de Kuala Lumpur, na Malásia, a Pequim, na China. Eram 239 passageiros a bordo. O avião mudou a sua rota para o sul do Índico depois de cerca de 40 minutos de voo.

Este desaparecimento chamou a atenção da comunidade internacional porque até hoje os destroços não foram encontrados – o que levou a diversas hipóteses sobre seu desaparecimento, incluindo terrorismo. Sabe-se apenas que o avião caiu no Oceano Índico, a oeste da Austrália – ou seja, na direção oposta de onde deveria ir. As buscas foram retomadas em outubro, mas os destroços ainda não foram encontrados.

O segundo, em 17 de julho, foi o Boeing 777 também da Malaysia Airlines derrubado por um míssil no leste da Ucrânia. O voo ia de Amsterdã, na Holanda, para Kuala Lumpur. A região onde o avião foi abatido estava em conflito no período, entre rebeldes separatistas pró-Rússia e o exército ucraniano. A Ucrânia atribuiu o ataque aos rebeldes, enquanto a Rússia considerou que o míssil partiu do exército ucraniano. Foram 298 passageiros mortos.

O terceiro, também em julho, foi o avião MD 83, da companhia Swiftair, que ia em direção à capital argelina e caiu menos de uma hora após decolar. Morreram mais de cem passageiros.

Eduardo Campos

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No Brasil, não houve nenhum um acidente aéreo em voos comerciais no ano de 2014. Entretanto, a queda de um jato particular marcou a história política do país. Então candidato à presidência da República, Eduardo Campos (PSB), acompanhado de quatro assessores, viajava do Rio de Janeiro para Guarujá, no litoral paulista. Ao chegar, o avião arremeteu por causa do mau tempo e caiu na cidade vizinha de Santos. Morreram todos a bordo, incluindo os dois pilotos.

A morte de Campos, que era uma liderança em ascensão na política brasileira, mudou o tabuleiro das eleições deste ano. Em seu lugar, entrou Marina Silva (PSB), que chegou a ser a favorita para a vitória. Entretanto, Dilma Rousseff (PT), que liderava as pesquisas quando o acidente ocorreu, acabou sendo reeleita.