Abu Hamza al Masri foi condenado por acusações de terrorismo em Nova York| Foto: REUTERS / Ian Waldie

O clérigo radical Abu Hamza al Masri, ex-imã de uma mesquita em Londres, foi condenado nesta segunda-feira (19), em um tribunal federal de Nova York, por 11 acusações relacionadas ao terrorismo.

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Entre elas, estão a participação nos violentos sequestros de 16 turistas norte-americanos, britânicos e australianos no Iêmen em 1998 - ação que levou à morte de quatro deles­ -, a tentativa de criar um campo de treinamento terrorista no Oregon e apoio ao terrorismo, ao enviar um de seus seguidores para treinar com a Al Qaeda no Afeganistão. Ele poderá pegar a prisão perpétua.

A decisão põe fim a uma batalha judicial de uma década. Preso em Londres em 2004, depois que os EUA já tinham pedido sua extradição, o clérigo egípcio chegou a ser julgado e condenado pela Justiça britânica por crimes como incitação ao ódio racial e ao homicídio. Abu Hamza, 56 anos, ficou preso no Reino Unido até 2012, quando foi extraditado para os EUA.

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Quando era imã da mesquita de Finsbury Park, ao norte de Londres, ele incitou em seus sermões a morte de não muçulmanos e judeus e o ódio contra o Ocidente. No julgamento, os promotores mostraram declarações em que Abu Hamza chama Osama bin Laden de "herói", diz que "todos ficaram felizes quando os aviões atingiram o World Trade Center" e elogia o atentado da Al Qaeda contra o destróier norte-americano Cole, no Iêmen, em 2000, que matou 17 americanos.

Para os advogados de Abu Hamza, no entanto, a sentença se baseou apenas nos sermões do réu, e não havia provas de seu envolvimento nas ações citadas. Na semana passada, o clérigo testemunhou, negando todas as acusações.

"Elas [as palavras do clérigo] condizem com suas ações. Elas condizem com seus crimes. Elas são exatamente o que você espera de um homem que sente tanto orgulho e fala tão abertamente sobre a jihad", disse o promotor Ian McGinley ao júri. "Ele buscou oportunidades por todo o globo para apoiar essa jihad violenta."

Abu Hamza, pai de nove filhos e engenheiro de formação, havia se tornado imã da mesquita de Finsbury Park em 1997. O lugar foi fechado em 2003.