São Paulo Autoridades religiosas fizeram ontem um apelo aos militantes islâmicos entrincheirados na Mesquita Vermelha, em Islamabad, para que entreguem mortos e feridos, junto com mulheres e crianças. O pedido foi feito por meio de alto-falantes do lado de fora do complexo por uma delegação de religiosos muçulmanos, acompanhada do ex-premier Chaudhry Shujaat Hussain.
"Viemos aqui fazer um último pedido", disse Hussain, líder da governista Liga Muçulmana do Paquistão. "Estamos aqui para pedir que nos entreguem os corpos das vítimas e os feridos para tratamento. Vamos tentar levar adiante o processo de negociação", afirmou aos jornalistas.
Desde a última semana, os confrontos entre policiais paquistaneses e centenas de estudantes e radicais islâmicos já deixaram cerca de 30 mortos. O muro externo da mesquita teve partes destruídas por bombas, mas ainda não há indicação de que as forças de segurança invadirão o complexo onde os islâmicos continuam entrincheirados pelo sétimo dia, sem água ou eletricidade.
Na manhã de ontem, forças de segurança paquistanesas lançaram gás lacrimogêneo e trocaram tiros com militantes, acirrando a tensão sobre o cerco aos radicais entrincheirados. Na noite de domingo, os policiais emitiram um ultimato pela rendição dos radicais por meio de alto-falantes do lado de fora do complexo. Clérigos islâmicos, porém, fizeram um apelo ao governo para que os policiais adiem uma possível invasão enquanto tentam uma solução negociada.
O governo estima que entre 200 e 500 radicais estejam entrincheirados na Mesquita Vermelha. Estimativas independentes afirmam, porém, que o número pode ser ainda maior.