Miami O cubano Gustavo Villoldo decidiu que já era hora de desfazer-se da mecha de cabelo de Ernesto Che Guevara e de outros objetos que ele guardou como relíquias desde a captura e a sepultura do guerrilheiro, da qual participou há quarenta anos. Relíquias como a mecha de cabelo, fotografias e mapas da missão de busca e captura de Che na Bolívia em 1967 vão a leilão nos dias 25 e 26 de outubro pela empresa Heritage Auctions (www.ha.com).
"Com este leilão, quero fechar uma etapa da minha vida de quase cinqüenta anos, que comecei a viver com o suicídio do meu pai em 1959 por culpa de Fidel Castro e de Che Guevara e com todo este processo de destruição do meu país", explicou Villoldo, de 71 anos. "É uma maneira de pôr um ponto final. Para meus filhos, isso tudo não tem o valor histórico que eu dou", acrescentou.
Perguntado sobre qual objeto é o mais valioso do leilão, Villoldo garante que todos são documentos e objetos que fazem parte da história. "São, por exemplo, os documentos com os poderes que recebi do presidente boliviano René Barrientos e como foi feito o processo de localização e captura de Che na Bolívia", indicou. Mas talvez o que mais atraia os colecionadores, segundo Villoldo, é a mecha de cabelo de Che.
"Cortei a mecha porque representava um símbolo da revolução dos barbudos. Foi um gesto para satisfazer meu ego e que representava o sucesso da operação que acabou com o germe da revolução castrista na Bolívia", acrescentou.
Em 9 de outubro se completam exatamente quarenta anos da morte do Che, no povoado de Vallegrande, na serra da Bolívia.