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Efeitos colaterais

Remédio contra gripe é relacionado a surto psicótico

O governo dos Estados Unidos fez nesta sexta-feira (23) um alerta sobre eventos psiquiátricos observados em pacientes tomando os medicamentos Tamiflu, da Roche, e Relenza, da GlaxoSmithKline. Ambos os remédios são usados para tratar o vírus influenza, causador da gripe. Recomendações a respeito serão discutidas durante uma reunião na próxima semana.

Essa não é a primeira vez que a FDA (órgão americano que regulamenta a área de alimentação e medicamentos) faz uma reunião sobre problemas com esse tipo de medicamento. Há dois anos um encontro parecido foi realizado após relatos de mortes de crianças japonesas que tomavam Tamiflu. Os especialistas não conseguiram encontrar ligação entre as mortes e o remédio. Ainda assim, o órgão acrescentou na bula um alerta sobre comportamentos anormais, como delírio e propensão a autoflagelação.

Nos documentos preparados para a reunião da próxima semana e publicados no site da FDA, a agência recomendou que a bula fosse fortalecida para afirmar que "em alguns casos, esses comportamentos resultaram em ferimentos sérios, incluindo a morte, em pacientes adultos e pediátricos".

A equipe da FDA também avaliou o Relenza, da mesma classe que o Tamiflu, e recomenda que a bula alerte para "casos de alucinações, delírio e comportamento anormal" observados em alguns pacientes tomando o remédio.

A FDA diz que não há provas sobre se os eventos são causados pela medicação, pela doença ou por uma interação entre os dois.

O Tamiflu é conhecido genericamente como oseltamivir e vendido como comprimido. O Relenza é o genérico zanamivir e tomado através de inalação.

O porta-voz da Roche disse que não há provas de uma relação causal entre o Tamiflu e os eventos psiquiátricos. "A Roche investigou extensivamente o assunto e está conduzindo estudos clínicos e não-clínicos. A Roche leva todos os relatórios de efeitos colaterais muito a sério", disse Terence Hurley, em nota.

Cerca de 48 milhões de pessoas já tomaram Tamiflu ao redor do mundo, incluindo 21 milhões de crianças, desde 1999, segundo Hurley.

A porta-voz da Glaxo diz que uma revisão de dados, obtidos antes do medicamentos ser colocado a venda e após os testes de aprovação, não mostraram qualquer sinal desse tipo de efeitos adversos.

A equipe da FDA avaliou cerca de 600 casos de eventos neuropsiquiátricos relatados por pacientes de Tamiflu e 115 de pacientes do Relenza.

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