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Vista aérea das casas destruídas pelo terremoto que atingiu Porto Príncipe em janeiro | Reuters
Vista aérea das casas destruídas pelo terremoto que atingiu Porto Príncipe em janeiro| Foto: Reuters

"Levará três anos para que os escombros do devastador terremoto que atingiu o Haiti do dia 12 de janeiro sejam totalmente limpos", afirmou o presidente René Préval na segunda-feira (15). O líder do país confessou, durante entrevista, que sente medo de dormir sob o concreto, temendo novos tremores. Em uma rara entrevista, Préval disse que, após o processo de reconstrução, menos pessoas devem viver na capital, Porto Príncipe. "Serão necessários mil caminhões removendo entulho por mil dias, portanto serão três anos. E até retirarmos os escombros, não podemos construir".

Na delegacia de polícia que serve como sede temporária do governo, Préval falou sobre as dificuldades para superar os problemas em um país já pobre. Sobre a eventualidade de a corrupção local ter interferido no esforço de ajuda, ele respondeu: "É possível que tenha havido irregularidades. Apesar disso", notou, "eu devo lembrar que o governo não gerencia diretamente a maior parte dessa assistência humanitária". Em muitos casos, prefeitos haitianos assumiram o controle sobre a distribuição de cupons de alimentos, por exemplo, com algumas denúncias de irregularidades.

O presidente, que tem mandato até o ano que vem, falou pouco a seu próprio povo nas semanas após o terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter. Mais de 200 mil pessoas morreram na tragédia.

Desde então, Préval disse que tem morado com amigos, até que uma estrutura "leve, à prova de terremotos" possa ser construída para substituir sua casa. "Como você, eu temo ficar sob o cimento", confessou. Pelo menos 54 tremores secundários ocorreram na capital haitiana desde 12 de janeiro.

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