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O anúncio da renúncia do premiê Mario Monti em 2013 e a possibilidade de retorno de Sílvio Berlusconi ao poder trouxe temores ontem na Itália de que as mudanças tragam um novo período de forte turbulência financeira na região, o que afetaria ainda mais a delicada situação da economia global.

O regresso de Berlusconi ao cenário político e suas críticas às severas medidas adotadas pelo tecnocrata Monti, em geral aplaudidas pela União Europeia, fizeram ressurgir os temores de novo caos na Itália, reavivando as lembranças do período no qual o país era visto como um possível candidato a deixar o euro.

O presidente da República, Giorgio Napolitano, o único que tem o poder de dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas, tinha um cenário traçado, que previa eleições para abril.

A situação agora mudou profundamente e muitos editorialistas e comentaristas acreditam que as eleições serão realizadas dois meses antes, em fevereiro, ao menos 40 dias depois da dissolução do Parlamento. Uma possibilidade que poderia beneficiar Berlusconi, de 76 anos, que espera celebrar ao mesmo tempo eleições municipais, em regiões cruciais como Lácio, onde se encontra Roma, e na Lombardia, cuja capital é Milão, um de seus feudos eleitorais.

Berlusconi, que havia anunciado sua aposentadoria em várias ocasiões, tentará agora retornar ao cenário político, mas as sondagens apontam apenas 15% das intenções de votos para ele.

A proposta do ex-primeiro-ministro para reativar seu eleitorado seria uma campanha contra Monti e suas medidas de austeridade, além de tentar impedir o triunfo do líder da coalizão de esquerda, Pierluigi Bersani, eleito há duas semanas, que é até agora o grande favorito, com mais de 30% das intenções de voto.

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