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O número dois do governo alemão, o social-democrata Franz Müntefering, renunciou nesta terça-feira ao cargo, complicando a trajetória da chanceler conservadora, Angela Merkel que, com esta baixa, perde um partidário do rigor orçamentário e um forte colaborador.

Müntefering será substituído no ministério do Trabalho por um ex-secretário geral do Partido Social-Democrata (SPD), Olaf Scholz, enquanto que o chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, se tornará o vice-chanceler, afirmaram fontes do SPD.

A chanceler reconheceu desacordos com seu vice em temas como o salário mínimo, mas dirigiu um "caloroso" agradecimento a seu ministro.

A renúncia de Franz Müntefering foi motivada por causas "exclusivamente familiares" - sua esposa trata de um câncer -, mas acontece em plena crise de confiança no seio da coalizão governamental que reúne demacratas-cristãos (CDU-CSU) e social-democratas.

Com a saída de Müntefering, Merkel perde um forte aliado, conhecido por sua lealdade e por sua defesa do saneamento das contas públicas. Recentemente, ele havia estado no centro de uma grande batalha política por ter recusado o aumento da duração dos subsídios para os desempregados de mais idade por considerar que esta medida seria contra as diretrizes de saneamento do Estado de bem-estar social lançadas em 2003 pelo ex-chanceler, Gerhard Schr¶der.

Müntefering chegou a participar na madrugada desta terça-feira de uma agitada reunião, no fim da qual se mostrou "profundamente decepcionado" com o comportamento da chanceler, segundo o site do semanário Der Spiegel, a respeito de um fracasso no acordo relativo ao salário mínimo de uma categoria profissional.

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