O jornal americano The Washington Post publicou nesta terça-feira (3) uma reportagem, resultado de seis meses de apuração, que apontou que diplomatas e grupos de imigrantes da China favoráveis ao Partido Comunista do país (PCCh) organizaram ações em São Francisco, na Califórnia, para assediar e silenciar manifestantes que protestavam contra o ditador Xi Jinping, durante uma visita dele à cidade no ano passado.
Xi esteve em São Francisco em novembro, para participar da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, na sigla em inglês).
A equipe do Washington Post analisou mais de 2 mil fotos e vídeos, entrevistou mais de 35 testemunhas, autoridades e analistas dos Estados Unidos, teve acesso a mensagens de texto de seguranças americanos que trabalharam para diplomatas chineses e usou um software de reconhecimento facial para identificar responsáveis pelas agressões, entre outros registros.
O jornal americano apontou que manifestantes que protestavam contra Xi foram agredidos e atacados com mastros de bandeira e spray químico.
Além disso, o periódico apurou que o Consulado Chinês em Los Angeles pagou por hospedagem e refeições para os apoiadores do ditador chinês para que participassem das ações de intimidação, e diplomatas chineses contrataram pelo menos 60 seguranças particulares para protegê-los.
A Embaixada da China nos Estados Unidos disse ao Post que houve violência contra apoiadores de Xi e que as denúncias feitas pelas fontes do jornal seriam “pura manobra política, à qual a China se opõe veementemente”.
Já o porta-voz do Departamento de Estado americano, Vedant Patel, afirmou que a gestão do presidente Joe Biden – que se encontrou com Xi na visita do ditador à Califórnia em novembro – estava ciente das ações de contramanifestantes.
“Os esforços da República Popular da China para assediar e ameaçar indivíduos e minar seu direito às liberdades de expressão e reunião são inaceitáveis”, criticou.
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