Um jornalista iraquiano que criticou o governo do país e disse ter sofrido abusos de militares, por protestar contra serviços de má qualidade, foi morto a tiros nesta quinta-feira (08), informou a polícia. Hadi al-Mehdi, de 30 anos, tinha um programa numa emissora de rádio de Bagdá no qual pedia ao governo para fornecer água, eletricidade e outros serviços públicos de qualidade. Ele também usava o Facebook para organizar protestos a cada sexta-feira na capital iraquiana.
Um policial da cidade disse que al-Mehdi foi baleado na noite desta quinta-feira por homens com pistolas com silenciador no bairro de al-Jidida, de maioria xiita. Sua morte foi confirmada por um médico do hospital Ibn al-Nafis.
Tanto o policial quanto o médico falaram em condição de anonimato, pois não têm autorização para divulgar a informação.
Al-Mehdi foi um dos quatro jornalistas iraquianos que afirmaram ter sido sequestrados por soldados do Exército iraquiano após um protesto contra o governo em 25 de fevereiro, o "Dia da Ira"
Em entrevista à Associated Press em março, al-Mahdi disse que ele e os outros colegas foram levados de um restaurante em Bagdá após os protestos e levados para um prédio militar. Ele disse que foi vendado, mergulhado em água e submetido a choques elétricos enquanto música era tocada ao fundo. O jornalista disse que foi libertado após dias em cativeiro.
Os jornalistas contaram que os soldados queriam que eles admitissem que eram integrantes do partido Baath, o partido que governou o país durante a era Saddam Hussein. Todos negaram qualquer ligação com terroristas ou o regime de Saddam.
O Comitê Jornalistas em Protesto diz que 150 profissionais foram mortos no Iraque desde 1992, o que torna o país o mais perigoso do mundo para os jornalistas. As informações são da Associated Press.
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