Pistoleiros supostamente a mando de traficantes sequestraram um jornalista que saía do trabalho, mataram-no a tiros e deixaram um recado ameaçador no cadáver, noticiou seu jornal na sexta-feira.
Na noite de quinta-feira, Valentín Valdés foi tirado do seu carro ao deixar a sede do diário Zócalo, na cidade industrial de Saltillo, Estado de Coahuila, perto da fronteira com os Estados Unidos.
A procuradoria estadual disse que Valdés, da editoria de assuntos locais, provavelmente foi vítima de quadrilhas de narcotraficantes.
Os assassinos deixaram uma mensagem rabiscada no peito de Valdés, segundo o site do Zócalo. As autoridades não quiseram dar mais detalhes, mas a imprensa disse que o atentado foi uma ameaça contra o promotor Jesús Torres, que lançou em dezembro uma ofensiva contra a criminalidade.
Pouco antes do Natal, um jornalista foi morto na cidade turística de Tulum, e em 30 de dezembro outro jornalista foi sequestrado no Estado de Sinaloa, onde fica o cartel de traficantes mais poderoso do México.
Saltilllo e as vizinhas cidades de Monterrey, Reynosa e Matamoros são controladas pelo cartel do Golfo e por seu braço armado, os Zetas, que passam drogas para o Texas e usam as cidades industriais para lavar os lucros da droga.
Em todo o México, uma luta entre cartéis rivais pelo controle do multibilionário negócio das drogas no México e Estados Unidos já matou 17 mil pessoas desde que o presidente Felipe Calderón lançou uma ofensiva contra o narcotráfico, no final de 2006.
Investidores e autoridades dos EUA estão cada vez mais preocupados com a hipótese de que a violência esteja superando a capacidade dos 49 mil soldados mobilizados por Calderón para enfrentar o tráfico.
Os ataques contra a mídia vêm crescendo, numa tentativa dos traficantes em silenciar jornalistas que noticiam homicídios ligados ao crime organizado.
Desde 2006 pelo menos 24 jornalistas foram mortos no México, um dos lugares mais perigosos para o exercício da profissão da imprensa, segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas, dos EUA."O assassinato de Valdés segue um padrão de violência sem precedentes contra a mídia no México", disse Carlos Laurii, coordenador-sênior para as Américas da entidade.