A Rússia perdeu grande parte do território com o colapso da União Soviética. Moscou teve de aceitar que antigas repúblicas integrantes do bloco conquistassem a independência. Esse foi o caso, entre outros, de Armênia, Azerbaijão, Casaquistão, Geórgia Ucrânia e dos Bálticos. Já em relação à Chechênia, de onde supostamente teriam saído as suicidas do atentado em Moscou nesta semana, foi diferente.
A região fazia parte do Império Russo desde o século 19, antes da formação da URSS. As forças do czar derrotaram a resistência do imã Shamil em 1859, incorporando a área à Rússia. A Chechênia depois da Revolução Bolchevique, não era uma república soviética, mas uma república da Federação Russa. E na visão de Moscou, parte integrante e inseparável de seu território mesmo depois do colapso da URSS. O problema é que os habitantes desta área são etnicamente diferentes do restante da Rússia, além de seguirem o islamismo, enquanto Moscou predomina o cristianismo.
Desde o fim da União Soviética, a Chechênia começou a se levantar para conquistar a independência. Em resposta, Moscou reprimiu os separatistas, provocando milhares de mortes. A rede terrorista Al-Qaeda e outros grupos aproveitaram-se do conflito e começaram a treinar militantes locais e a expandir a luta para áreas vizinhas, como o Daguestão e a Ingushétia. Os seguidores de Osama bin Laden, desde a invasão soviética do Afeganistão, nos anos 80, consideram os russos inimigos.