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Opinião pública

Reprovação de presidentes latino-americanos segue elevada

O presidente do Peru, Pedro Castillo, fala durante o último Dia Internacional do Trabalho, em Lima.
O presidente do Peru, Pedro Castillo, fala durante o último Dia Internacional do Trabalho, em Lima. (Foto: EFE/ Aldair Mejía)

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O nível de reprovação dos presidentes dos países latino-americanos permaneceu em níveis elevados em março e abril, segundo dados de uma pesquisa de imagem regional divulgada nesta segunda-feira (23) em Buenos Aires.

De acordo com o mais recente monitoramento bimestral da aprovação presidencial em 18 países da América Latina, elaborado pela organização não-governamental Diretório Legislativo, a maioria dos governos da região está se consolidando em níveis altos ou muito altos de reprovação, e mesmo aqueles que transitam pela fase inicial de seus mandatos experimentam rápido declínio na aprovação.

"Há uma tendência muito sólida evidenciada em altas reprovações - acima dos níveis de aprovação - na maioria das presidências da região", observou Mario Riorda, presidente da Associação Latino-Americana de Pesquisa em Campanhas Eleitorais e diretor do Mestrado em Comunicação Política da Universidade Austral, ao analisar os resultados da pesquisa.

Segundo a pesquisa, o ranking dos presidentes latino-americanos com maior índice de aprovação é liderado pelo mexicano Andrés López Obrador (56% de aprovação), seguido pelo chileno Gabriel Boric (39%). Já o presidente Jair Bolsonaro aparece na terceira posição, com 30% de aprovação, seguido pelo colombiano Iván Duque (26%), o argentino Alberto Fernández (25%) e o peruano Pedro Castillo (22%).

Por outro lado, o ranking de reprovação é liderado por Castillo (71%), seguido por Duque (69%), Fernández (60%), Bolsonaro (53%), López Obrador (41%) e Boric (41%).

Em termos líquidos, descontando o percentual de reprovação do percentual de aprovação, apenas López Obrador permaneceu em território positivo (15%), enquanto o maior nível líquido de reprovação é de Castillo (-49%), seguido de Duque (-39 %), Fernández (-35%), Bolsonaro (-23%) e Boric (-2%).

"Aqueles que estão indo mal em termos de opinião pública não souberam navegar a governabilidade no contexto de sistemas políticos partidários quebrados. A atomização gerou expectativas que não foram fáceis de satisfazer. E os partidos políticos históricos não são mais suficientes para sustentar a governabilidade", analisou Riorda.

"Claro que são apenas algumas arestas para analisar. A situação econômica, os sistemas de mídia, os atores sociais, todos influenciaram e contribuíram para cada situação. Apesar disso, a verdade é que muitos que chegam ao governo sofrem. E a sociedade também", completou.

Inflação e custo de vida

Segundo o mesmo levantamento, a inflação, que se acelerou na região desde a guerra na Ucrânia, é o principal motivo de preocupação dos cidadãos da Argentina, Chile e Costa Rica, e está entre as maiores do Brasil.

Na Argentina e no Brasil, os entrevistados consideram que o governo é muito responsável pelo cenário inflacionário. Já no Chile, a população atribui mais responsabilidade ao setor empresarial do que ao governo, embora acredite que as possibilidades de controle da inflação dependem do Executivo.

A mesma pesquisa apontou que pouco mais de nove em cada dez cidadãos alertam que o custo de vida aumentou no Brasil, Colômbia e Peru.

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