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Nos jardins da Casa Branca, o presidente Barack Obama assina lei que endurece regras contra uso e comércio de cigarros: defesa da saúde pública
Nova Iorque - A maioria dos norte-americanos rejeita a legislação mais dura para regular o cigarro aprovada pelo Congresso e assinada ontem pelo presidente Barack Obama. Segundo pesquisa do Gallup, 52% dos entrevistados são contrários à nova lei. A oposição é maior entre fumantes e pessoas com menor escolaridade.
De acordo com o levantamento, de abrangência nacional e margem de erro de três pontos porcentuais nos dois sentidos, a rejeição entre fumantes é de 69%.
Entre os que concluíram o ensino médio ou parte dele, a fatia contrária ao maior poder dado à FDA (agência federal de medicamentos e alimentos) para controlar a produção, venda e propaganda do cigarro é de 60%. Já entre os que têm diploma de pós-graduação, 62% aprovam a medida.
O instituto diz que as razões para a resistência à nova lei não estão claras, mas que isto pode ser um sinal de que os americanos dão mais valor à liberdade de escolha do que aos benefícios à saúde pública decorrentes da regulação mais rigorosa.
"Só 20% dos americanos fumam. Isso significa que 80% dos americanos não serão afetados diretamente pela lei. O ponto principal é que os dados mostram que não há aprovação majoritária à ideia de que a FDA deve ter mais poder para regular o fumo, afirma Frank Newport, editor do Gallup.
Mortes
Em discurso ontem, durante a assinatura da lei, Obama afirmou que mais de 400 mil americanos morrem a cada ano por conta de doenças relacionadas ao cigarro. As estatísticas indicam ainda, segundo o presidente, que mais de 8 milhões sofrem de ao menos alguma enfermidade causada pelo fumo. As doenças representam um gasto anual para o país de mais de US$ 100 bilhões a cada ano.
Agora em vigor, a nova legislação proíbe a propaganda de cigarros em áreas próximas a escolas e parquinhos públicos.
Segundo Obama, 1 em cada 5 crianças vira fumante nos EUA antes de concluir o segundo grau. Todo dia, mil jovens com menos de 18 anos começam a fumar e 90% dos fumantes adquirem o hábito antes dos 18 anos. "Eu sei eu fui um desses adolescentes e então eu sei o quanto pode ser difícil vencer este hábito quando ele já está com você há um bom tempo. E eu também sei que as crianças hoje não começam a fumar sem razão, disse.
Segundo o presidente, que consome chicletes de nicotina para superar sua dependência ao tabaco, a indústria do tabaco mira em crianças e adolescentes como novos consumidores.
Para Obama, a nova legislação não impede que adultos tomem suas próprias decisões. Em compensação, fará com que as empresas tenham a obrigação de deixar mais claros os efeitos nocivos dos produtos que vendem. A FDA terá ainda o direito de pedir a eliminação ou redução de ingredientes considerados nocivos.
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