O primeiro-ministro da República Tcheca, o conservador Petr Fiala, declarou nesta terça-feira (4) que seu país deixará de depender inteiramente da Rússia para o fornecimento de petróleo bruto até meados de 2025, graças às obras de expansão da capacidade do oleoduto TAL.
Em um contexto marcado pela invasão russa à Ucrânia, a República Tcheca decidiu cortar todos os seus laços energéticos com a Rússia, depois de já ter reduzido significativamente a compra de gás natural da Gazprom e de ter eliminado o fornecimento de combustível nuclear ao consórcio Rosatom, duas empresas estatais russas.
“Depois de 60 anos, nos livraremos da dependência do petróleo bruto russo”, disse Fiala na cidade de Nelahozeves, onde está instalado um importante centro de armazenamento de petróleo bruto.
A eliminação desta dependência será possível graças à expansão da capacidade do oleoduto transalpino TAL, que bombeia petróleo bruto do Mar Adriático e ao qual os tchecos estão conectados, perto da cidade alemã de Ingolstadt, pelo ramal IKL.
Os trabalhos de expansão do TAL+, um consórcio internacional no qual a República Tcheca detém 5% do capital, dará a este oleoduto a capacidade para fornecer mais 4 bilhões de toneladas de petróleo por ano, todas elas destinadas ao território tcheco.
O país da Europa Central importou 7,405 bilhões de toneladas de petróleo bruto em 2023, metade delas da Rússia, segundo o seu Ministério da Indústria e Comércio.
Embora as obras de expansão devam ser concluídas no final do ano, este volume adicional só começará a ser bombeado no próximo verão europeu, quando os tchecos planejam parar de importar petróleo bruto através do Druzhba, que transporta petróleo russo através da Ucrânia.
“Vamos eliminar a exceção à importação de petróleo bruto russo”, garantiu o chefe do Executivo de coligação tcheco, algo que acontecerá em meados de 2025, quando o TAL+ estiver operacional.
“Teremos abastecimento de petróleo bruto exclusivamente através deste canal”, ressaltou Fiala, que com este projeto aposta em uma “energia sustentável, segura e a preços aceitáveis”.
O investimento, estimado entre 52 milhões e 64 milhões de euros, será financiado integralmente pela Mero, empresa estatal responsável pela operação e manutenção do gasoduto IKL, bem como pelo transporte e armazenamento de petróleo bruto.