Republicanos ameaçam retirar apoio à guerra no Iraque

A presença de tropas americanas no Iraque gera cada vez mais problemas para o presidente dos Estados Unidos (EUA), George W. Bush. Segundo reportagem publicada no site do jornal "New York Times", numa reunião reservada esta semana na Casa Branca, republicanos moderados fizeram um duro alerta ao presidente sobre a política americana no Iraque. No encontro, os aliados pressionaram o presidente, dizendo que caso as condições da campanha não melhorem nos próximos meses vão retirar seu apoio à guerra.

A reunião - que se estendeu por mais de uma hora - demonstra o desconforto de muitos republicanos com a ocupação do Iraque, embora eles continuem ao lado do presidente, tendo resistido aos esforços da oposição democrata para forçar o retorno das tropas por meio de um projeto orçamentário que motivou discussões durante semanas.

Na presença de Bush e membros de sua administração - entre eles a secretária de Estado, Condoleezza Rice -, onze membros do bloco republicano na Câmara dos Representantes disseram ao presidente que as leis tem sido mais brandas que o normal e que o apoio popular à guerra vem diminuindo em seus distritos. Um deles afirmou que os eleitores apoiavam a retirada mesmo que isso represente a derrota dos EUA.

- Foi uma reunião difícil já que as pessoas foram o mais francas possível sobre a reação nos seus distritos e a sua percepção sobre qual a posição dos americanos em relação à guerra - disse o republicano Ray LaHood de Illinois, que participou da reunião.

Ainda assim, os republicanos que foram recebidos por Bush sinalizaram que, por enquanto, vão manter o apoio ao presidente, opondo-se à última proposta feita pelos democratas para o financiamento da guerra.

Bush não teria feito qualquer comentário sobre o alerta. Numa tentativa de melhorar a campanha no Iraque, novas tropas devem ser enviadas ao país na próxima semana. Esta semana, o vice-presidente, Dick Cheney, chegou a Bagdá em visita surpresa e pressionou o primeiro-ministro iraquiano, Nuri Al-Maliki, a acelerar as negociações de paz com a minoria xiita.