Os republicanos na Câmara dos Deputados apresentaram ontem um plano que evitaria um iminente default dos Estados Unidos, em um sinal de que os parlamentares podem encerrar o impasse que vem abalando os mercados financeiros e pondo em xeque a futura capacidade do país de pagar suas dívidas.
Antes de uma reunião com o presidente dos EUA, Barack Obama, não estava claro se os republicanos estariam dispostos a pôr fim à paralisação iniciada em 1.º de outubro sem concessões de Obama que minariam sua lei de reforma da saúde, fato que precipitou a crise.
Ainda assim, a oferta para elevar o teto do endividamento do governo é uma mudança significativa dos republicanos, que esperavam obter concessões em gastos do governo e na questão da saúde. Ao ampliar o poder do governo de tomar empréstimos até possivelmente meados ou fim de novembro, o partido eliminará a ameaça de curto prazo de um calote que afetaria a todos, de aposentados a detentores de títulos públicos.
"É tempo para essas negociações e essas conversações começarem", disse o presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, a repórteres, depois de apresentar o plano a seus colegas do Partido Republicano.
Disposição
Obama já declarou que está disposto a considerar um aumento do teto do endividamento por curto prazo, desde que não seja vinculado a outras concessões. Segundo um funcionário da Casa Branca, Obama irá analisar a proposta. Mas a Casa Branca insistiu que os republicanos também têm de concordar em encerrar a paralisação iniciada em 1.º de outubro.
Muitos na base republicana também pareceram céticos quanto a um acordo quando Boehner apresentou ontem o plano em um encontro a portas fechadas, segundo assessores. O controle de Boehner sobre sua bancada tem sido tênue neste ano e muitos dos deputados mais conservadores na Câmara o desafiaram repetidamente em outras votações cruciais.
Ações
Apesar disso, os investidores pareceram ter se animado com o desdobramento. As ações dos EUA subiram, tendo os principais índices alcançado uma alta de mais de um porcento.
O Departamento do Tesouro diz que não terá condições de pagar suas contas se o Congresso não elevar o atual teto de endividamento, de US$ 16,7 trilhões, até 17 de outubro.