Os republicanos aspirantes à Presidência dos Estados Unidos realizam nesta quinta-feira (3) o primeiro debate na biblioteca Ronald Reagan, na Califórnia, confiantes de que a popularidade do ex-presidente vai dar impulso a uma campanha sem favoritos.

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O debate desta noite começa às 14h pelo horário local (18h em Brasília) e será exibido na TV.

Por enquanto, nenhum dos dez adversários tem a popularidade de Reagan, que ainda conta com a admiração dos membros do partido.

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O ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, por exemplo, se referiu em algumas ocasiões à necessidade de uma volta aos "ideais republicanos de bom senso da Era Reagan para a defesa dos trabalhadores". O senador do Arizona John McCain também diz freqüentemente a seus eleitores que Reagan ofereceu exatamente o tipo de liderança de que o Partido Republicano precisa hoje.

O debate, primeiro entre os aspirantes republicanos à Casa Branca - uma semana depois do realizado pelos democratas na Carolina do Norte -, ocorre em meio à incerteza representada pelo fato de nenhum deles ter conseguido convencer o público.

O diretor do Centro para Política e Relações Exteriores da Universidade Johns Hopkins, Robert J. Guttman, afirma que nenhum dos candidatos tem as qualidades que fizeram Reagan tão popular.

"Ninguém parece estar tão seguro de si mesmo e de suas crenças", disse Gutmman em seu blog do jornal "The Huffington Post".

As últimas pesquisas colocam o ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani como favorito, graças à lembrança de seu papel após os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington. Mas Giuliani tem vários pontos fracos, inclusive sua tumultuada vida sentimental e as relações com o ex-chefe de polícia, investigado por supostos vínculos com empresas mafiosas.

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"Não sabemos muito mais sobre ele (Giuliani)", além de sua obsessão em lutar contra o terrorismo, lembra Guttman.

Em segundo lugar está o senador McCain, veterano da Guerra do Vietnã, que tem 14% das intenções de voto entre os republicanos. No entanto, McCain tem 70 anos, dois a mais que Reagan na campanha de 1980. Ele também apoiou as decisões de Bush sobre a invasão do Iraque, um dos temas mais polêmicos na pré-campanha.

"(McCain) Era mais 'presidenciável' há sete anos, quando parecia estar mais seguro de seus pontos de vista", opina Guttman.

O ex-governador de Massachusetts é o terceiro colocado na disputa. Embora conte com 11% das intenções de voto, está em situação semelhante à de Giuliani quanto a arrecadação de fundos.

Romney, mais para o centro do Partido Republicano, teve que responder aos receios despertados entre os mais conservadores por ser mórmon e pelas acusações de ser um "cata-vento" político.

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Com relação aos outros participantes, pouco conhecidos fora das fronteiras dos Estados Unidos, estão o senador do Kansas Sam Brownback; o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee; o congressista Tom Tancredo, que apresenta um programa antiimigração; o ex-secretário de Saúde Tommy Thompson, o ex-governador da Virgínia Jim Gilmore e os legisladores Duncan Hunter e Ron Paul.

A invasão do Iraque deve ficar no centro do debate, embora a previsão é de que os candidatos não apresentarão pontos de vista muito divergentes aos da Administração Bush.

O mais relevante no encontro, que terá a presença da ex-primeira-dama Nancy Reagan e do governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, será observar se os candidatos vão conseguir se distanciar de Bush, um presidente cada vez mais impopular. E também suas manobras para conquistar popularidade e se transformarem no novo "Grande Comunicador", epíteto com o qual muitos americanos ainda se referem a Ronald Reagan.