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O presidente Barack Obama  em campanha na cidade de Portland, Oregon: tour por todo o país em busca de votos | Kevin Lamarque/Reuters
O presidente Barack Obama em campanha na cidade de Portland, Oregon: tour por todo o país em busca de votos| Foto: Kevin Lamarque/Reuters
  • Veja como é composto o governo atualmente e como pode ficar

As eleições de 2 de novembro próximo nos EUA estão sendo consideradas, pelos analistas internacionais, como uma das mais importantes disputas eleitorais da história política recente do país. E o motivo é simples: há muito em jogo no momento. Os EUA acabam de superar – pelo menos oficialmente – uma crise econômica que levou o mercado imobiliário praticamente à bancarrota, descapitalizou os bancos e fez com que parcelas sig­­nificativas da população perdessem seus empregos. Hoje, cerca de 10% da população economicamente ativa do país não consegue colocação no mercado de trabalho.

"Isso porque Obama pegou uma herança bastante difícil, resultado da crise econômica na qual o país mergulhou em 2008. Os números mostram que, paulatinamente, os EUA têm conseguido sair da crise, mas não é isso que os americanos sentem no dia a dia", afirma Luis Fernando Ayerbe, coordenador do Instituto de Estudos Econômicos Inter­­na­­cionais da Universidade Esta­­dual Paulista (Unesp).

E o desajuste econômico continua afetando, principalmente, redutos eleitorais democratas – partidários do presidente Obama. "É fato também que a parcela populacional mais afetada economicamente é composta por grupos que são, originalmente, redutos eleitorais de Obama. Logo, para a população, o sentimento é que a crise ainda existe", explica Ayer­­be. Como consequência, votos que outrora seriam destinados aos candidatos do Partido Demo­­crata agora podem se deslocar para os candidatos do Partido Republicano.

Pesquisas

Pesquisas de opinião e intenção de voto nos EUA apontam para uma virada. Os democratas, que detêm desde 2008 a maioria de representantes tanto no Senado quanto na Câmara, estão prestes a perder – parcial ou definitivamente, ainda não se sabe – essa vantagem. A situação, porém, é mais delicada na Câmara. Algu­­mas pesquisas já realizadas indicam que os democratas podem vir a perder até 90 cadeiras na Casa. No Sena­­do a situação de Obama é um pouco mais tranquila, já que as pesquisas apontam para uma vitória apertada dos democratas.

Mas a perda da maioria em uma ou outra Casa não caracteriza um golpe fatal às aspirações de Obama – já de olho na possibilidade de reeleição em 2012. "Outros presidentes, como Ro­­nald Reagan e Bill Clinton, sofreram derrotas nessas eleições e se recuperaram", analisa Ricardo Costa Oliveira, professor de Ciên­­cias Políticas e Sociais da Univer­­si­­da­­de Federal do Paraná (UFPR). "Mas enquanto não reverter ou so­­lucionar a crise econômica que assola o país, ele não terá condições de competitividade nas fu­­turas eleições", conclui Oliveira.

No dia 2 de novembro, os americanos renovarão toda a Câmara dos Representantes, um terço do Senado e 37 dos 50 governadores estaduais do país.

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