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Parlamentares aliados do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na Câmara dos Deputados estão em busca de apoio para aprovar um projeto de lei que viabiliza o início das negociações para a compra da Groenlândia, território autônomo que integra o Reino da Dinamarca.
Segundo informações da agência Reuters, o projeto de lei chamado “Make Greenland Great Again Act” - “Lei Faça a Groenlandia Grande Novamente”, na tradução livre - de autoria de Andy Ogles, deputado republicano pelo Tennessee, já conta com apoio direto de mais de dez deputados republicanos.
O projeto prevê que as negociações com a Dinamarca comecem já no dia 20 de janeiro, data da posse de Trump. Segundo o texto do projeto de lei, "o Congresso autoriza o presidente, a partir das 12h01 (horário de Washington) do dia 20 de janeiro de 2025, a iniciar negociações com o Reino da Dinamarca para garantir a aquisição da Groenlândia pelos Estados Unidos". O documento também exige que, em até cinco dias após a conclusão de um eventual acordo com os dinamarqueses, Trump envie ao Congresso todos os detalhes da negociação.
Trump reiterou nas últimas semanas seu desejo em anexar a Groenlândia, território que considera fundamental para a segurança dos EUA. Com maioria no Congresso, parte dos republicanos mais alinhados ao presidente eleito também observam a compra da Groenlândia como uma oportunidade de consolidar a influência norte-americana no Ártico e garantir acesso privilegiado aos recursos minerais abundantes na região.
O interesse de Trump pela Groenlândia não é novo. Ainda durante seu primeiro mandato, em 2019, ele manifestou publicamente o desejo de adquirir o território. Na semana passada, Trump deixou claro que pretende usar tanto o poder econômico quanto o militar, se necessário, para persuadir a Dinamarca a ceder o território.
Apesar do entusiasmo dos republicanos nos Estados Unidos, o primeiro-ministro da Groenlândia, Múte Egede, já afirmou que a ilha não está à venda. Egede, que tem intensificado esforços pela independência da Groenlândia, destacou que "cabe ao povo da Groenlândia decidir o seu futuro” e que os groenlandeses não querem ser “nem dinamarqueses nem americanos”.