Os alvos
Principais pontos da política de Obama que a oposição republicana quer atingir:
Saúde
- Revogar e substituir a reforma de Obama por "soluções de bom senso", reduzindo o custo médico e permitindo a compra de seguro-saúde por linhas do Estado. Uma votação poderia ocorrer já nas próximas semanas, mas o presidente tem poder de veto.
Orçamento
- Reduzir os gastos públicos em até US$ 100 bilhões e cancelar recursos não utilizados dos US$ 814 bilhões do plano de estímulo econômico de Obama. Nas pensões, os únicos a serem poupados do arroxo seriam idosos, militares e ex-militares. Há planos de tornar permanentes as reduções de impostos autorizadas pelo governo Bush para classe média e ricos.
Imigração
- Aumentar a segurança nas fronteiras, em cooperação maior com os estados. A bancada quer, ainda, exigir que militantes suspeitos sejam julgados por cortes federais.
Emprego
- Congelar a contratação de funcionários públicos em áreas não ligadas à segurança nacional.
Clima
- Fazer oposição ao comitê criado em 2007 para investigar as causas do aquecimento global e impedir o corte de emissõe previsto pela agência ambiental (EPA) através de novos padrões de gases de efeito estufa para usinas elétricas e refinarias de petróleo.
A maioria republicana na Câmara de Representantes norte-americana, que assume hoje, prepara iniciativas legislativas para endurecer a política migratória, voltando-se para os ilegais. Da maior mobilização de forças policiais na fronteira ao cancelamento do direito de cidadanía por nascimento em solo americano, os republicanos querem acentuar a política repressiva.
"O presidente Barack Obama conseguiu progressos, mas poderia ter feito mais", declarou o republicano Peter King (Nova York), na véspera de assumir a presidência da comissão de Segurança Interna da Câmara de Representantes.
O governo Obama defendeu uma reforma migratória integral durante dois anos, mas também registrou números recordes de detenções e deportações de ilegais: mais de 392 mil no ano fiscal de 2010 (outubro de 2009 a setembro de 2010), 195 mil dos quais com antecedentes penais (aumento de 20%). Cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais vivem nos Estados Unidos, onde a última reforma migratória data de 1986, sob a presidência do republicano Ronald Reagan.
Pressão
Peter King quer que o governo continue posicionando a Guarda Nacional na fronteira com o México, que recomece a usar métodos de vigilância eletrônica e que realize operações em massa em empresas de todo o país.
O governo mobilizou, em agosto de 2010, um total 1,2 mil efetivos da Guarda Nacional em quatro estados da fronteira sul, entre eles Arizona, onde acontece a maior parte de chegadas ilegais do México. A iniciativa fez parte de um pacote de medidas suplementares num montante de US$ 600 milhões. Todo um sistema de vigilância eletrônica, com radares e sensores especiais, testados durante três anos e a um custo de mais de US$ 1 bilhão, foi suspenso ano passado, depois da comprovação de numerosos erros.
"Nada fizeram para sustitui-lo", lamentou King. "Acho que para a sobrevivência de nosso país temos de garantir o controle de nossas fronteiras", advertiu. Seu colega Lamar Smith (Texas), presidente da Comissão de Assuntos Judiciais, declarou por sua vez querer ressuscitar um debate sobre a 14.ª Emenda da Constituição, aprovada em 1868, garantindo a nacionalidade norte-americana por direito de solo. Essa emenda foi criticada em anos anteriores por membros mais conservadores do Partido Republicano, por considerar que autoriza abusos dos ilegais com filhos nos Estados Unidos, como tentativa de lutar contra a deportação.
A Câmara de Representantes passou às mãos da maioria republicana, mas o Senado prossegue democrata. O panorama parece mais complicado nos estados, onde pelo menos sete governadores cogitam promulgar leis como a polêmica SB 1070 do Arizona, que proclama a imigração ilegal um crime de estado e obriga os funcionarios públicos a denunciar sua presença.
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