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Obama, a mulher, Michelle, e as filhas Sasha (esquerda) e Malia chegam à Casa Branca após férias no Havai: presidente enfrentará "batalha" no Congresso | Jason Reed/Reuters
Obama, a mulher, Michelle, e as filhas Sasha (esquerda) e Malia chegam à Casa Branca após férias no Havai: presidente enfrentará "batalha" no Congresso| Foto: Jason Reed/Reuters

Os alvos

Principais pontos da política de Obama que a oposição republicana quer atingir:

Saúde

- Revogar e substituir a reforma de Obama por "soluções de bom senso", reduzindo o custo médico e permitindo a compra de seguro-saúde por linhas do Estado. Uma votação poderia ocorrer já nas próximas semanas, mas o presidente tem poder de veto.

Orçamento

- Reduzir os gastos públicos em até US$ 100 bilhões e cancelar recursos não utilizados dos US$ 814 bilhões do plano de estímulo econômico de Obama. Nas pensões, os únicos a serem poupados do arroxo seriam idosos, militares e ex-militares. Há planos de tornar permanentes as reduções de impostos autorizadas pelo governo Bush para classe média e ricos.

Imigração

- Aumentar a segurança nas fronteiras, em cooperação maior com os estados. A bancada quer, ainda, exigir que militantes suspeitos sejam julgados por cortes federais.

Emprego

- Congelar a contratação de funcionários públicos em áreas não ligadas à segurança nacional.

Clima

- Fazer oposição ao comitê criado em 2007 para investigar as causas do aquecimento global e impedir o corte de emissõe previsto pela agência ambiental (EPA) através de novos padrões de gases de efeito estufa para usinas elétricas e refinarias de petróleo.

A maioria republicana na Câ­­mara de Representantes norte-americana, que assume hoje, prepara iniciativas legislativas para endurecer a política migratória, voltando-se para os ilegais. Da maior mobilização de forças policiais na fronteira ao cancelamento do direito de cidadanía por nascimento em solo americano, os republicanos querem acentuar a política repressiva.

"O presidente Barack Obama conseguiu progressos, mas poderia ter feito mais", declarou o re­publicano Peter King (Nova York), na véspera de assumir a presidência da comissão de Se­­gurança Interna da Câmara de Representantes.

O governo Obama defendeu uma reforma migratória integral durante dois anos, mas também registrou números recordes de detenções e deportações de ilegais: mais de 392 mil no ano fiscal de 2010 (outubro de 2009 a setembro de 2010), 195 mil dos quais com antecedentes penais (aumento de 20%). Cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais vivem nos Estados Unidos, onde a última reforma migratória data de 1986, sob a presidência do re­­publicano Ro­­nald Reagan.

Pressão

Peter King quer que o governo continue posicionando a Guarda Nacional na fronteira com o Mé­­xico, que recomece a usar métodos de vigilância eletrônica e que realize operações em massa em empresas de todo o país.

O governo mobilizou, em agosto de 2010, um total 1,2 mil efetivos da Guarda Nacional em quatro estados da fronteira sul, entre eles Arizona, onde acontece a maior parte de chegadas ilegais do México. A iniciativa fez parte de um pacote de medidas su­­plementares num montante de US$ 600 milhões. Todo um sistema de vigilância eletrônica, com radares e sensores especiais, testados durante três anos e a um custo de mais de US$ 1 bilhão, foi suspenso ano passado, depois da comprovação de numerosos erros.

"Nada fizeram para sustitui-lo", lamentou King. "Acho que para a sobrevivência de nosso país temos de garantir o controle de nossas fronteiras", advertiu. Seu colega Lamar Smith (Texas), presidente da Comissão de As­­sun­­tos Judiciais, declarou por sua vez querer ressuscitar um debate sobre a 14.ª Emenda da Consti­­tuição, aprovada em 1868, garantindo a nacionalidade norte-americana por direito de solo. Essa emenda foi criticada em anos anteriores por membros mais con­­servadores do Partido Repu­­blicano, por considerar que autoriza abusos dos ilegais com filhos nos Estados Unidos, como tentativa de lutar contra a deportação.

A Câmara de Representantes passou às mãos da maioria republicana, mas o Senado prossegue democrata. O panorama parece mais complicado nos estados, onde pelo menos sete governadores cogitam promulgar leis como a polêmica SB 1070 do Arizona, que proclama a imigração ilegal um crime de estado e obriga os funcionarios públicos a denunciar sua presença.

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