O "resfriamento" das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Rússia, depois que Moscou invadiu a Geórgia e Washington decidiu colocar um escudo antimísseis no Leste Europeu, pode ter conseqüências graves para o programa espacial americano. Com a aposentadoria dos ônibus espaciais, em 2010, a Nasa vai depender das naves russas Soyuz para ter acesso à Estação Espacial Internacional por pelo menos cinco anos. O medo é que, até lá, a boa vontade russa diminua ou que as Soyuz sofram algum problema técnico.
Os ônibus espaciais americanos são um projeto antigo, do final dos anos 1970. O mais velho da frota ainda em funcionamento, o Discovery, fez seu primeiro vôo em 1984. Você confiaria em um carro de 1984 em alta velocidade? Pois é. Em 2010, o Discovery terá 26 anos de idade, o Atlantis terá 25 e o "jovem" Endeavour, 18. Os pioneiros Challenger e Columbia foram vítimas de acidentes que mataram todos os astronautas a bordo, em 1986 e 2003, respectivamente.
Desde que o Columbia explodiu na reentrada, a pressão pela substituição dos ônibus espaciais cresceu e o governo Bush estabeleceu que a frota seria aposentada à força em 2010. Para substituí-la a Nasa projeta uma nova nave, a Orion, mais parecida com as russas Soyuz e com as americanas do projeto lunar Apollo. Em vez de um grande ônibus que plana de volta à Terra, as Orion serão sondas que despencarão no retorno e precisarão ser resgatadas no mar.
O projeto das novas naves, previstas inicialmente para entrar em operação assim que a aposentadoria da antiga frota entrasse em vigor, foi atrasado. Agora, a Nasa passará uns bons anos sem ter acesso livre às estrelas. As Orion não devem ficar prontas antes de 2015. Para chegar à Estação Espacial Internacional (paga em grande parte com dinheiro americano), vai depender dos russos.
Há outro problema. Uma lei americana de 2000 proíbe agências do governo, como a Nasa, de ter contratos com países que ajudariam o Irã ou a Coréia do Norte -- o que é o caso da Rússia. A Nasa depende que o Congresso americano vote e abra uma exceção. Se as relações entre os dois países continuarem a se deteriorar, isso acabará improvável.
Outro risco é a possibilidade de que a Soyuz seja retirada de serviço -- tanto por uma "bronca" russa quanto por um problema técnico real, como o que ocorreu este ano. A ISS possui um veículo de emergência para retirada dos astronautas a bordo. Mas sem ônibus espacial e sem Soyuz seria impossível levar alguém de volta para lá. E como a estação precisa de alguém cuidando das coisas 24 horas, uma emergência do tipo pode ver um projeto de US$ 100 bilhões enferrujar e queimar na atmosfera da Terra.
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