As buscas pelos 21 desaparecidos do naufrágio do navio de luxo Costa Concordia na Ilha de Giglio, na Itália, foram parcialmente re­­tomadas ontem à tarde. Elas ha­­viam sido interrompidas de ma­­nhã, devido a preocupações quanto à instabilidade do navio no mar revolto. As autoridades liberaram as buscas acima da água, mas iriam esperar até hoje de manhã para definir se retomariam operações de mergulho.

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Sensores colocados no navio registraram movimentações de 15 milímetros por hora na proa e 7 milímetros por hora na popa, segundo Nicola Casagli, da Uni­­versidade de Florença, responsável por monitorar a estabilidade.

Ele disse que não ficou claro se as movimentações eram de acomodação sobre as rochas ou se o navio estaria deslizando para fora do recife.

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Bruno Leporatti, advogado do capitão Francesco Schettino, disse ao canal italiano RAI que seu clien­­te avisou a empresa Costa Cru­­zei­­ros do acidente imediatamente após o impacto, mas não deu detalhes da conversa.

A empresa, que também é in­­vestigada, não confirmou a informação. Segundo Leporatti, o capitão, em prisão domiciliar acusado de homicídio múltiplo e abandono do navio, disse "estar disposto a assumir a responsabilidade", mas alegou que outros fatores, não especificados, podem ter in­­fluído no acidente.

Conversas telefônicas revelam que Schettino e seus subordinados esconderam da Capitania dos Portos a magnitude do desastre.

A associação de consumidores da Itália e dois escritórios de advocacia dos EUA disseram à BBC que entrariam com ação contra a Cos­­ta Cruzeiros, em nome dos passageiros. Eles pedem US$ 160 mil (R$ 280 mil) de indenização por passageiro.

Propriedade do grupo americano Carnival, a empresa culpou o capitão pelo acidente, que ma­­tou 11 pessoas.

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Vídeo exibido pela tevê italiana ontem mostra a tripulação do navio pouco depois da batida di­­zendo aos passageiros que não havia nada de errado além do blecaute e pedindo que voltassem para suas cabines.

A moldávia Domnica Cemor­­tan, 25 anos, vista na companhia do capitão pouco antes do acidente, disse ao jornal Corriere della Sera que não é amante de Schettino.