O presidente norte-americano, George W. Bush, e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, apoiaram o pedido da Organização das Nações Unidas (ONU) para o fim das batalhas no Líbano, mas a proposta foi recebida com ceticismo, neste sábado, por aqueles que têm dúvidas sobre a possibilidade de sua implementação.

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Um esboço da resolução do conselho de Segurança da ONU feito pelos Estados Unidos e pela França quer acabar com as batalhas que começaram quando o Hezbollah, grupo guerrilheiro apoiado pelo Irã, capturou dois soldados israelenses em uma incursão na fronteira em 12 de julho.

O esboço da resolução, obtido pela Reuters, pede um ''cessar-fogo completo das hostilidades''. Também diz ao Hezbollah para acabar com os ataques imediatamente e para Israel parar "todas as operações militares ofensivas''.

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O texto da resolução, que pede uma estrutura para um acordo político entre Israel e o Líbano, ainda precisa ser revisto e aceito totalmente pelo conselho de 15 países-membros.

- Este é o primeiro passo. Ainda há muito a ser feito - disse o primeiro-ministro Tony Blair.

- Mas não há motivos para esta resolução não ser aceita agora e termos a cessaçao das hostilidades dentro dos próximos dias.

O porta-voz da Casa Branca Tony Snow disse que Bush, que está em seu rancho em Crawford, no Texas, sabia dos detalhes da resolução e "está muito satisfeito''.

Mas conseguir que os dois lados parem a guerra pode não ser tão fácil, haja visto o comunicado do ministro de gabinete do Hezbollah Mohammed Fneish. Ele diz que o grupo militante só interromperá suas atividades quando Israel cessar o bombardeio ao Líbano e retirar suas tropas.

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- Israel é o agressor. Quando os ataques acabarem, o Hezbollah simplesmente cessa fogo sob a condição de que nenhum soldado israelense permanecerá no território libanês - disse ele.

François Gere, chefe do Instituto Francês para Análises Estratégicas, disse que os esforços da ONU são o primeiro sinal positivo.

- Mas eu não espero que a situação se estabilize na próxima semana.

Ele acrescentou que não vê o Hezbollah desistir da batalha cedo, a não ser que pressionado pelo Irã.

- O grande teste não é o governo libanês, é realmente o Hezbollah - disse Ousama Safa, chefe do Centro Libans de Estudos Políticos.

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- O Hizbollah vai provavelmente enrolar porque vê que a sorte no campo de batalha está do seu lado, então vai enrolar ou pressionar para conseguir uma resolução que seja aceitável em seus próprios termos.

O conflito já matou pelo menos 734 pessoas no Líbano e 78 israelenses. O Hezbollah lançou 2.600 mísseis contra Israel.

Outros analistas também disseram que a proposta da ONU é difícil de ser cumprida.

- Haverá uma grande lacuna entre o conteúdo desta resolução e a realidade militar e psicológica no campo de batalha, que a tornará difícil de implementar - disse o especialista em Oriente Médio Shibley Telhami, do Instituto Brookings, em Washington.

Telhami disse que um problema é o fato do Hezbollah não estar envolvido no esboço da resolução.

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O ministro do Turismo israelense, Isaac Herzog, disse que o tempo estava se esgotando para a campanha militar de Israel.

- 'Nós temos os próximos dias para muitas operações militares. Mas nós temos que perceber que o tempo está ficando reduzido - disse ele.

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