Mãe de Madeleine é oficialmente declarada suspeita
A polícia portuguesa declarou oficialmente nesta sexta-feira (7) que Kate McCann é suspeita no caso do desaparecimento de sua filha Madeleine, em 3 de maio, em Portugal. A informação foi divulgada pela rede britânica "BBC", que ligou a declaração da polícia às manchas de sangue encontradas no carro alugado pelo casal na época do sumiço da filha.
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O resort onde desapareceu a menina britânica Madeleine McCann, na Praia da Luz, em Portugal, perdeu a maioria de seus clientes desde a divulgação do caso. Foi o que mostrou uma reportagem do "Fantástico" desse domingo (7), sobre os cinco meses de investigação do caso.
O luxuoso clube de férias onde a família McCann se hospedava baixou as diárias de 330 euros o equivalente a R$ 840 para menos de um quinto do preço. Nem assim os clientes reapareceram.
O repórter Marcos Losekann esteve no resort em Portugal onde a família McCann estava quando a garota foi vista pela última vez.
Junto com o prejuízo financeiro para o resort, vieram os danos morais. Sem provas, a polícia portuguesa acusou o tradutor inglês Robert Murat, que vive nos fundos do apartamento dos McCann.
A mãe do acusado disse que Murat vive trancado no quarto desde as acusações. "Essa acusação acabou com a vida do meu filho". E coloca a culpa no governo e na imprensa britânicos, que, segundo ela, "não querem enxergar a verdade".
A mãe de Robert se refere aos próprios pais de Madeleine. Kate e Gerry são médicos no interior da Inglaterra e, segundo as últimas suspeitas dos investigadores portugueses, eles podem ter matado a filha acidentalmente.
O casal McCann estava jantando no restaurante do clube com mais seis amigos. O lugar o encontro fica a 120 metros onde Madeleine e os dois irmãos menores dormiam sozinhos.
Os policiais portugueses contaram que o casal e os amigos consumiram 14 garrafas de vinho em menos de duas horas de jantar. A polícia acredita que Kate e Gerry queriam tranqüilidade naquele noite e, por isso, sedaram os filhos.
Para os policiais, ou Madeleine acordou de repente e tentou sair atrás dos pais ou a dose de tranqüilizantes teria sido forte demais para uma criança da idade dela.
Losekann entrevistou a médica aposentada Guenda Stevenson, que há dez anos trocou Londres pela Inglaterra. Ela acha que a tese da Polícia é perfeitamente possível. Segundo ela, muitos médicos na Europa, onde é difícil arranjar uma babá, costumam sedar os filhos para sair a noite.
A médica lembra que os irmãos de Madeleine não acordaram com o barulho na noite de 3 de maio, nem quando a polícia chegou e muito menos quando foram levados para outro apartamento durante a madrugada.
"Certamente estavam dopados", afirma a doutora.
Segundo os garçons, os McCann terminaram o jantar às 22h20, mas só comunicaram o desaparecimento da filha às 23h.
Logo que foram considerados suspeitos, o casal embarcou de volta para a Inglaterra. Deixaram para trás um rastro de dúvidas que gerou uma guerra na imprensa.
Enquanto repórteres britânicos se unem na redação improvisada na sala de um hotel na Praia da Luz para levantar furos na investigação policial, a imprensa portuguesa sai a campo para provar que os McCann ainda tem muito a explicar.
Pesa contra a polícia portuguesa o fato de ter subestimado o caso. O delegado Gonçalo Amaral não mandou fechar a fronteira com a Espanha nem inspecionou o acesso ao mar.
Os cães que teriam farejado odor de cadáver no apartamento e no carro alugado pelos pais de Madeleine só chegaram três semanas depois do desaparecimento. Peritos dizem que o cheiro pode ser dos próprios pais da menina, que são médicos e costumam lidar com cadáveres.
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