Quando a tentativa de restauração do afresco Ecce Homo, do espanhol Elías García Martínez, feita pela pintora amadora Cecília Giménez, 85 anos, tornou a obra irreconhecível, ninguém imaginava que o “desastre artístico” seria benéfico para a pequena cidade de Borja, localizada na região de Zaragoza, na Espanha, e que possui aproximadamente cinco mil habitantes.
Em 2012, quando realizou a “proeza”, a idosa foi alvo de humilhações e chacotas, apesar de ter afirmado trabalhar “com a melhor das intenções” – a obra chegou a ser chamada de “Ecce Mono” (Eis o Macaco) por usuários do Twitter. O que aconteceu, porém, foi que Borja se tornou um ponto turístico, atraindo milhares pessoas que queriam conferir “Ecce Homo”, em exposição no Santuário da Misericórdia, de perto.
Segundo o New York Post, até março de 2016, cerca de 160 mil visitantes, que pagaram um ingresso no valor aproximado de R$ 4, foram à cidade para ver a obra. O desastre de Cecília, portanto, ajudou a salvar Borja da recessão econômica que vem assolando a Espanha há pelo menos sete anos.
Também é possível encontrar na cidade uma infinidade de souvenirs ligados ao afresco, como camisetas, canecas e ursinhos de pelúcia. O valor arrecadado com as vendas, porém, é dividido entre um asilo e a própria pintora, que o utiliza para cuidar de seu filho José Antonio, de 56 anos, que tem paralisia cerebral.
Colaborou: Mariana Balan.
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