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PARAGUAI

Restaurantes de Assunção proíbem entrada de senadores que protegem corrupção

Restaurantes, academias, mercados e outros 50 pontos comerciais de Assunção se uniram neste sábado para proibir a entrada de senadores paraguaios que votaram recentemente contra a perda de imunidade de um parlamentar investigado por corrupção.

Movimentados restaurantes da capital paraguaia decidiram fazer uso de seu direito de admissão para proibir a entrada dos 23 congressistas que votaram na quinta-feira contra a perda de imunidade do senador do governante Partido Colorado, Victor Bogado.

Uma manifestação de pelo menos três mil pessoas protestou ontem em frente ao Congresso, ao qual acusam de salvar Bogado de enfrentar a Justiça, que pediu que fosse investigado por supostamente contratar uma babá com dinheiro público.

O pavio se acendeu na noite da sexta-feira, quando o também senador colorado, Óscar González Daher, foi expulso de uma pizzaria, entre xingamentos e gritos de "Fora ladrão", segundo o jornal "ABC Color".

O jornal relatou que Daher chegou acompanhado de uma mulher e que, logo após sentar-se, "começou o murmúrio das pessoas". Em seguida, um garçom se aproximou para pedir-lhe que deixasse o local porque "não são bem-vindos os senadores que votaram contra a perda de imunidade de Víctor Bogado".

O senador ainda tentou fazer-se passar por seu irmão, o dirigente esportivo Ramón González Daher, mas os clientes já aplaudiam a decisão do dono do local de expulsar o senador.

"O povo já não aguenta mais, não são bem-vindos. Já somos 35 restaurantes, além de academias e outros locais, Se isto continuar assim, não vão ter onde comer", disse à agência Efe Pedro Valente, proprietário do tradicional restaurante Bolsi, encravado a poucos metros do Congresso.

Valente assegurou que por seu restaurante costumam passar vários congressistas e explicou que manterão o protesto por tempo indefinido.

As denúncias de nepotismo não cessam contra os membros do novo Parlamento paraguaio, uma instituição superpovoada de postos de confiança onde parentes e próximos dos congressistas encontram trabalhos tão singulares como preparar-lhes o tereré, chá típico do país.

Além de restaurantes populares e outros mais exclusivos, bares e casas noturnas, uma agência de viagens prometeu que também não venderá passagens a esses 23 senadores, segundo o jornal "Última Hora".

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