Os restos de aviadores americanos desaparecidos há 72 anos durante uma perigosa missão sobre o Himalaia voltaram para casa nesta quarta-feira (13), graças às minuciosas tarefas de busca de uma equipe do Pentágono na selva do norte da Índia.
O secretário americano de Defesa, Ashton Carter, assistiu nesta quarta-feira (13) em uma cerimônia em uma base aérea de Nova Délhi à partida do caixão com os ossos encontrados em 2015 na selva montanhosa do Estado indiano de Arunachal Pradesh (nordeste), e de outro com os restos de mais aviadores.
Uma corneta tocou “Taps”, a melodia habitual dos funerais, diante dos caixões metálicos cobertos com a bandeira americana, que foram carregados em um avião militar rumo ao Havaí.
Os restos do primeiro caixão foram encontrados por uma equipe da agência de prisioneiros de guerra e desaparecidos em combate (POW/MIA), dependente do Pentágono, que se dedica a buscar por todo o mundo restos de soldados americanos desaparecidos.
Buscas
Esta equipe, composta por 10 membros civis e militares da agência, acompanhada de outros tantos membros das equipes locais, se dirigiu em setembro de 2015 ao local onde o avião caiu.
“Eles levaram três dias de caminhada para chegar ao local e montar seu acampamento” no coração da selva, explicou o capitão de marines Greg Lynch, acostumado a essas tarefas de busca. Posteriormente, durante oito horas por dia, a equipe rastreou um terreno difícil.
Com a ajuda de cordas, a equipe fez um verdadeiro trabalho arqueológico, retirando a camada superior do solo para peneirá-la e tentar encontrar os ossos dos aviadores desaparecidos, perto dos destroços de sua aeronave, um bombardeiro B-24.
No entanto, o risco de um deslizamento de terra nesta zona úmida impediu que o equipamento rastreasse toda a zona prevista.
Finalmente, os ossos encontrados no local “cabem em uma pequena bolsa”, explica Gary Stark, responsável para a Índia da agência POW/MIA.
Os ossos pertencem a um ou dois dos oito aviadores que estavam a bordo, que agora serão analisados no Havaí para ser identificados graças ao seu DNA. Posteriormente serão entregues às famílias, 72 anos mais tarde.
Os ossos encontrados são escassos, mas para as famílias são muito valiosos, já que “ter algo para colocar em um caixão, formalmente identificado como procedente do avô Joe e enterrado em um cemitério com honras militares, permite encerrar” por fim um longo parênteses, explica Gary Stark.
Esta é a primeira vez em que a agência consegue encontrar restos na Índia, embora neste país ainda existam 350 desaparecidos americanos da Segunda Guerra Mundial.