Varsóvia - Pesquisadores informaram ontem que identificaram os restos mortais do astrônomo Nicolau Copérnico (14731543), comparando o DNA de um esqueleto com fios de cabelos obtidos em um dos livros do cientista polonês do século 16.
A descoberta pode colocar um fim a séculos de especulações sobre onde repousam exatamente os restos mortais de Copérnico, um sacerdote católico e astrônomo cujas teorias identificam o Sol, e não a Terra, como o centro do Sistema Solar (heliocentrismo).
O arqueólogo polonês Jerzy Gassowski disse em coletiva de imprensa que a reconstrução facial do crânio que sua equipe encontrou em 2005, enterrado sob a Catedral de Frombork, Polônia, é muito parecido com os retratos pintados no século 16 do astrônomo.
A reconstituição do rosto, feita por uma equipe forense, mostra semelhanças como um auto-retrato do astrônomo. O crânio tem um corte em cima do olho esquerdo, o que corresponde a uma cicatriz observada na pintura.
Além disso, o crânio pertencia a uma pessoa que faleceu quando estava na faixa dos 70 anos, o que corresponde à idade que Copérnico tinha quando morreu em 1543.
Código genético
A especialista sueca em genética Marie Allen informou que os testes de DNA feitos em um dente e em um fêmur correspondem aos fios de cabelos retirados de um livro que pertenceu ao astrônomo. O livro está atualmente na Universidade de Uppsala, na Suécia, onde Allen trabalha.
Sabia-se que o corpo do astrônomo foi sepultado na Catedral de Frombork, onde ele era clérigo, mas a tumba não foi marcada. Os ossos encontrados pela equipe de Gassowski foram enterrados debaixo do mosaico do piso, perto de um dos altares.
A teoria do Sol como centro do sistema solar, ou heliocentrismo, é atribuída originamente a Copérnico, e teria sido elaborada entre os anos de 1508 e 1515. Na época, suas idéias desafiaram a Igreja, a Bíblia e teorias prévias. Após sua morte, as teorias foram retomadas por cientistas como Galileu, Descartes e Newton.
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