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Suspeita de envenenamento

Restos mortais de Neruda são exumados no Chile para perícia

Rodolfo Reyes Muñoz (esquerda), sobrinho de Pablo Neruda, durante a exumação dos restos mortais do escritor nesta segunda-feria (8) | EFE/Cortesía Comunicaciones del Poder Judicial de Chile
Rodolfo Reyes Muñoz (esquerda), sobrinho de Pablo Neruda, durante a exumação dos restos mortais do escritor nesta segunda-feria (8) (Foto: EFE/Cortesía Comunicaciones del Poder Judicial de Chile)

Uma equipe de 12 peritos exumou nesta segunda-feira (8), em Isla Negra, a 120 quilômetros de Santiago, os restos mortais do poeta chileno Pablo Neruda, morto em 1973. Os peritos examinarão a causa da morte do poeta, pois há suspeita de que ele tenha sido envenenado. Oficialmente, Neruda morreu em consequência de um câncer de próstata. Mas aliados e amigos desconfiam que o regime militar mandou matá-lo por sua oposição à ditadura. Ele morreu 12 dias após o golpe militar que derrubou o governo de Salvador Allende (1970-1973) e instaurou a ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990), então chefe das Forças Armadas.

A expectativa é que, em três meses, seja concluído o laudo sobre a morte do poeta. O trabalho dos peritos começou com a quebra da cripta à beira-mar na qual estavam os restos do chileno, Prêmio Nobel de Literatura (1971), ao lado da terceira mulher, Matilde Urrutia.

O trabalho foi supervisionado pelo juiz responsável pelo caso, Mario Carroza, além de advogados e especialistas forenses. Os restos mortais de Neruda serão levados para a sede do Serviço Médico-Legal do Chile, em Santiago. Na capital, serão feitos exames de radiologia, toxicologia e antropologia.

Há suspeitas de que Neruda tenha sido vítima de uma injeção letal, enquanto estava em tratamento médico na clínica privada Santa María, em Santiago. A pedido do Partido Comunista, ao qual pertencia o poeta, e de seu ex-motorista Manuel Araya foi aberto o processo de investigação sobre a causa da morte.

A Justiça chilena investiga também a morte, em 1982, do ex-chanceler chileno Eduardo Frei (1964-1970), que, como Neruda, morreu na Clínica Santa María, após uma operação de rotina.

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