A promessa governamental de reduzir a imigração na Grã-Bretanha pode deixar a economia do país 11% menor até 2060, e os contribuintes precisarão financiar o aumento dos gastos públicos, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira (23).

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A imigração deve ser um dos assuntos mais polêmicos de 2014, porque em 1º de janeiro terminam as restrições para a migração de trabalhadores da Romênia e da Bulgária para outros países da União Europeia (UE). O tema também deve dominar a campanha para a eleição britânica de 2015.

Ao ser eleito, em 2010, o primeiro-ministro conservador David Cameron prometeu reduzir o volume anual de novos imigrantes na Grã-Bretanha de cerca de 200 mil para "dezenas de milhares" no prazo de cinco anos.

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Mas uma redução pela metade da imigração líquida (ou seja, imigrantes menos emigrantes) teria "fortes efeitos negativos" sobre a economia, segundo o estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Econômicas e Sociais, uma instituição independente.

"O nível do PIB e do PIB per capita caem 11 e 2,7%, respectivamente, durante o período de simulação", diz o estudo.

Os imigrantes são principalmente jovens, e a redução no seu afluxo deve fazer com que os gastos públicos aumentem em relação ao PIB, para que o governo possa cuidar da população mais idosa.

"Para manter o equilíbrio do orçamento governamental, a alíquota do imposto de renda sobre o trabalho precisaria aumentar em 2,2 pontos percentuais no cenário de baixa migração", disse o relatório.

Isso significa salários líquidos 3,3% menores em 2060 do que se a imigração se mantiver nos mesmos níveis atuais, diz o instituto.

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Sob pressão do Partido da Independência do Reino Unido, contrário à imigração, Cameron manifestou a intenção de restringir a migração de cidadãos de países mais pobres da UE para os mais ricos, o que é um dos pilares do bloco europeu.

No domingo (22), o vice-premiê britânico Nick Clegg, do partido Liberal-Democrata, disse que a restrição à imigração afetará a economia.