O resultado dos testes de DNA dos filhos adotivos da dona do jornal argentino, Clarín, foi negativo para as amostras das 55 famílias que exigiram o exame que faz parte de um processo que procura determinar se eles foram adotados ilegalmente durante a ditadura, disse no sábado o advogado da empresária.O caso tem um grande impacto político em meio a um confronto que há muitos anos é travado pelo Grupo Clarin e o governo da presidente Cristina Fernández, que nas eleições de outubro tentará um novo mandato.
"Está descartada a possibilidade de que as crianças sejam filhos dos desaparecidos, porque as amostras não coincidem com as amostras cedidas por nenhuma das famílias que buscam filhos desaparecidos," disse à Reuters Gabriel Cavallo, um dos advogados da empresária da empresária Ernestina Herrera de Noble.
"Para nós, esse caso termina hoje," ele afirmou.
Felipe e Marcela anunciaram inesperadamente, no mês passado, a sua decisão de submeter-se aos testes de DNA, depois de anos de recusa de fazê-los.
Cavallo afirmou que as amostras foram confrontadas com as amostras de 55 famílias, incluindo duas que também tiveram resultado negativo no começo da semana, todas de pessoas desaparecidas entre 1975 e 1976.
Ela acrescentou que espera que a justiça acabe de checar todas as amostras, que incluem ainda outras 200 famílias. No entanto, ele descartou que o resultado seja positivo, porque as amostras correspondem a familiares de crianças nascidas entre 1977 e 1978, depois do nascimento dos irmãos Noble.
Os filhos de Herrera de Noble foram adotados pela principal acionista do Clarín há 35 anos, quando o país era governado por uma ditadura militar, durante a qual milhares de opositores, militantes políticos de esquerda, foram assassinados.
Durante esse governo, foi implementado um projeto de tomar as crianças cujos pais estavam presos, desaparecidas ou haviam sido assassinadas, que, em alguns casos ficaram com as famílias dos repressores, enquanto outras foram adotadas por famílias que desconheciam a sua origem.
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