Líder da esquerda Alexis Tsipras comemora 2º lugar na votação| Foto: Aris Messinis/AFP

A Grécia, país com uma das maiores dívidas do mundo, está destinada a ser governada por uma nova coalizão de pelo menos dois partidos – uma promessa de mais instabilidade política.

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Com cerca de metade dos votos apurados na eleição realizada ontem, até o fechamento desta edição, os conservadores da Nova Democracia (ND) eram os mais votados, mas não têm muito o que comemorar, já que os 20,22% conquistados não darão a eles o poder de governarem o país sozinhos.

Em segundo lugar, com 15,9%, ficou a Coalizão da Esquerda Radical (Syriza), uma formação associada­­ ao Partido da Esquerda Eu­­ropeia, enquanto o tradicional partido social-democrata, Pasok, ficou com 13,9%.

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Com esses porcentuais, a ND conseguirá 112 deputados (50 deles como prêmio por ser o partido mais votado) e o Pasok, 42. Juntos, poderiam formar uma aliança que represente mais da metade das 300 cadeiras do Parlamento.

Desse modo se reeditaria uma coalizão similar à aliança impopular que governou a Grécia nos últimos cinco meses, sob a batuta de Lucas Papademos, mas com os conservadores como partido principal.

A combinação entre a ND e a Syriza só seria possível se nenhum dos três partidos entre os menos votados ultrapassasse os 3% que os colocariam dentro do Par­­lamento. Se isso acontecer, o equilíbrio eleitoral deixaria de existir.

A insatisfação da população com a Grécia em seu quinto ano de recessão foi palpável nessas eleições e o temor generalizado é de que o novo governo corte salários e pensões, e reduza ainda mais as prestações de saúde, que já são precárias pelas duras medidas de austeridade introduzidas nos últimos dois anos.