Resultados extra-oficiais sobre o referendo revogatório realizado neste domingo (10) na Bolívia indicam a confirmação do mandato do atual presidente Evo Morales e do vice-presidente Álvaro García Linera com pelo menos 60% dos votos, além dos mandatos de cinco prefeitos bolivianos. Outros três prefeitos, segundo o Instituto Ipsos de Opinião e Mercado, teriam sido revogados pela consulta popular. O resultado oficial da consulta pública será divulgado ainda nesta semana. As informações são da Agência Boliviana de Informação.
Os prefeitos, até então, com mandatos confirmados pelo referendo governam os departamentos de Potosí (73%), Santa Cruz (66%), Beni (64%), Pando (59%) e Tarija (61%). Já os líderes bolivianos que poderão ter seus mandatos revogados, segundo o instituto, pertencem aos departamentos de Cochabamba (40%), La Paz (35%) e Oruro (49%).
Para a realização do referendo, a Corte Nacional Eleitoral do país habilitou 4,4 milhões de bolivianos para irem s urnas e emitirem seus votos.
O departamento de La Paz foi o que registrou a maior quantidade de eleitores no país, com 1,2 milhões de pessoas. Em seguida, aparecem Santa Cruz, com 982 mil e Cochabamba, com 712 mil.
De acordo com o presidente da missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA), Eduardo Stein, o referendo boliviano transcorreu dentro da normalidade. Ele negou ainda qualquer possibilidade de boicote consulta popular.
O embaixador do Brasil na Bolívia, Frederico Cézar Araújo, já havia informado Agência Brasil que a expectativa do governo boliviano era a de que Evo Morales tivesse seu mandato confirmado por cerca de 55% dos bolivianos resultado da última pesquisa de opinião realizada.
Em janeiro deste ano, o governo boliviano e os prefeitos decidiram realizar um referendo revogatório, caso não se chegasse a um consenso sobre o Imposto Direto de Hidrocarbonetos (IDH) e sobre a compatibilidade entre a nova Constituição e os estatutos autonômicos.
A idéia do referendo surgiu por iniciativa de Evo Morales que, junto com os prefeitos, colocou seu mandato disposição dos eleitores. Quem receber menos votos do que obteve quando foi eleito perderá o mandato. Nas eleições de 2005, Evo Morales foi eleito com 53,7% dos votos.
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