Obama: oportunidade para um diálogo franco sobre várias questões, incluindo críticas sobre democracia e direitos humanos| Foto: Jim Watson/AFP

Lula se diz surpreso com resultados do encontro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, depois do encerramento da 5ª Cúpula das Américas, em Trinidad Tobago, que ficou positivamente surpreso com o resultado do encontro.

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem que as Américas estão prontas para lançar uma "nova era de parceria" entre os países da região, mas que os avanços serão medidos pelas ações. "O teste para todos nós não é apenas o de falar, mas também de fazer", afirmou, em uma conferência de imprensa em Porto-de-Espanha (Trinidad e Tobago), onde ocorreu a 5ª Cúpula das Américas, que foi encerrada ontem. "Acredito que os sinais enviados até agora fornecem ao menos uma oportunidade para um diálogo franco sobre uma série de questões, incluindo questões críticas de democracia e direitos humanos."

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Apesar do clima de otimismo expressado pela maioria dos líderes, a declaração final da Cúpula das Américas foi divulgada apenas com a assinatura do anfitrião, o premier de Trinidad e Tobago, Patrick Manning. A ausência dos outros 33 líderes foi a solução encontrada pelas comitivas para salvar o documento de 97 pontos negociados por oito meses, mas vetado pelos países da Alba (Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América), bloco comandado pelo venezuelano Hugo Chávez.

Os países "bolivarianos’’ se recusaram a assinar, entre outras críticas, porque o documento não menciona Cuba nem faz uma análise crítica do crise financeira mundial.

Esses e outros temas apareceram no resumo dos debates do encontro, também a cargo de Manning. No resumo consta que houve um "claro consenso’’ sobre a reintegração de Cuba ao sistema interamericanos e que as declarações de Barack Obama geraram "otimismo’’ para uma solução "num futuro não tão distante’’. Manning mencionou que a capitalização do Banco Interamericano de Desenvolvimento foi colocada "no alto da agenda’’ anticrise.

Outro tema discutido foi o aumento da ajuda regional ao Haiti, o país mais pobre das Américas. Manning afirma que o assunto será retomado na Assembleia-Geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), em junho.

Mesmo sem o consenso para o documento, alguns líderes usaram o termo "ponto de inflexão’’ para descrever a cúpula, sobretudo em referência à mudança da relação com os EUA.

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"O mais incrível dessa conferência foi o fracasso das expectativas de confrontação’’, disse o premier canadense, Stephen Harper. "Houve várias discordâncias, muitas discussões, mas o diálogo era genuíno (...) e havia uma química entre os principais antagonistas.’’

Um dos que mais demonstraram entusiasmo foi Chávez. Ele anunciou que nomeará um novo embaixador para Washington– cargo desocupado desde setembro, quando expulsou o representante americano.

Cuba

O presidente americano disse que a política dos EUA sobre Cuba nos últimos 50 anos "não funcionou". "Acredito que não vamos mudar isso da noite para o dia, mas há sinais de mudanças. Questões como liberdade de expressão e presos políticos são importantes e não podem ser varridas para o lado", disse. "Todos os líderes presentes aqui foram eleitos democraticamente. Isso ainda não acontece em Cuba. Fidel (Castro, ex-ditador cubano) dizer que temos de discutir não apenas o embargo, mas direitos humanos, isso é um bom sinal."

Obama disse que, embora os EUA continuem a ser o país mais rico e poderoso, são apenas um país. "Os problemas ligados a mudança climática, tráfico de drogas e tantos outros não podem ser resolvidos por um só país. Temos de ouvir, e não apenas falar."

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