Reprodução de imagem de vídeo do fotógrafo britânico Paul Conroy e da repórter francesa Edith Bouvier| Foto: AFP

A operação

Retirada do fotógrafo britânico Paul Conroy do bairro de Baba Amro, em Homs, foi marcada por combates entre oposicionistas e forças do regime sírio.

- A operação foi organizada pelo grupo ativista Avaaz e por insurgentes sírios

- 35 ativistas foram voluntários para o resgate

- 13 morreram durante o processo, tentando salvar os jornalistas

- Conroy cruzou ontem a fronteira com o Líbano

- O fotógrafo está recebendo auxílio consular britânico em Beirute

- Os franceses Edith Bouvier e William Daniels e o espanhol Javier Espinosa não foram resgatados

- Estão no local, ainda, os corpos da americana Marie Colvin e do francês Rémi Ochlik, mortos na semana passada

Figuras-chave

Conselho Nacional Sírio

- É o principal grupo guarda-chuva da oposição, exilado na Turquia, que inclui ativistas pró-democracia, curdos, islamitas e líderes tribais.

Irmandade Muçulmana

- Busca uma mudança democrática não violenta para substituir o regime por um sistema plural.

Comitê de Coordenação Nacional

- Opõe-se ao envolvimento estrangeiro e defende negociação com o regime sem precondições.

Exército Livre da Síria

- Formado por desertores do Exército, tem lançado ataques cada vez mais audaciosos às forças de segurança sírias.

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O fotógrafo britânico Paul Con­­roy, ferido na semana passada em um bombardeio do Exército sírio na cidade de Homs, foi retirado ontem do país e cruzou a fronteira com o Líbano em segurança. A operação durou 26 ho­­ras e envolveu 35 ativistas, dos quais 13 morreram em ataques das forças sírias.

A repórter francesa Edith Bou­­vier, do jornal Le Figaro, que ficou ferida no mesmo ataque, estava em outro comboio da operação clandestina de resgate, mas não conseguiu deixar o país.

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Nicolas Sarkozy, presidente da França, chegou a declarar que Bouvier havia deixado a Síria, mas depois admitiu não haver confirmação.

Ativistas da Alta Comissão pa­­ra Assistência Síria (ACAS), grupo humanitário de oposição que organizou o resgate, disseram à reportagem que a ambulância improvisada em que Bouvier estava recuou, cercada por forças sírias.

A desastrada confirmação de Sarkozy causou confusão na im­­prensa e irritou os ativistas, que chamaram o presidente de irresponsável.

Após cruzar a fronteira de ma­­drugada, Conroy, 47 anos, do jornal Sunday Times, foi levado a Bei­­rute, onde foi recebido por diplomatas britânicos e encaminhado para tratamento.

Conroy e Bouvier foram atingidos no mesmo ataque que ma­­tou a veterana repórter de guerra americana Marie Colvin, também do Sunday Times, e Rémi Och­­lik, francês que fotografava para a revista Paris Match.

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Em vídeos divulgados na se­­mana passada, Conroy e Bouvier pediram ajuda para sair de Homs e receber atendimento médico apropriado.

A conclusão bem-sucedida do resgate de Conroy foi motivo de festa na sede da ACAS, em Istam­­bul, onde boas notícias têm sido raras.

Wael al Khaldy, que comandou a operação em telefonemas tensos, disse que Bouvier, 31 anos, rejeitou as condições do Cres­­cente Vermelho sírio para a retirada.

Entre elas estaria uma declaração de que os jornalistas que estão na Síria sem autorização do regime foram reféns dos rebeldes, o que ela nega.

O resgate foi feito com a ajuda de desertores do Exército Livre da Síria (ELS).

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Além disso, Bouvier, que tem uma fratura no fêmur, pedia a retirada de todos os feridos de Homs e a presença de um diplomata da França.

Como não foi possível, ela foi convencida a participar, mas não conseguiu sair do país.

"Temos um acordo com o ELS para a entrada de suprimentos e remédios e também para a retirada de feridos", disse Al Khaldy.