Palestinos deixam a Cidade de Gaza rumo ao sul do enclave, após aviso do exército israelense.| Foto: Haitham Imad/EFE/EPA
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Com o término, às 16 horas deste sábado no horário local (10 horas de Brasília), do novo prazo do ultimato dado por Israel aos moradores da Cidade de Gaza para que deixem suas casas e se dirijam ao sul da Faixa, a caótica saída de cerca de 1 milhão de pessoas de carro ou a pé continua em meio a bombardeios ininterruptos. “Na Cidade de Gaza, o bombardeio não parou de jeito nenhum”, disse um morador à Agência EFE.

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As forças armadas israelenses exigiram que os cerca de 600 mil habitantes da Cidade de Gaza deixassem suas casas e se refugiassem ao sul do curso de água sazonal Wadi Gaza. Essa região meridional equivale a cerca de metade do território do enclave costeiro, que tem cerca de 40 quilômetros de comprimento e menos de 10 quilômetros de largura.

No sábado, em seu perfil em árabe na rede X (ex-Twitter), o exército israelense pediu repetidamente aos habitantes de Gaza que se refugiassem no sul da faixa para salvar suas vidas, apontando duas vias que, conforme prometeu, não seriam bombardeadas durante a retirada. Entretanto, na sexta-feira, três comboios de pessoas que passavam por essas mesmas vias foram alvos de ataques aéreos que mataram cerca de 70 pessoas, de acordo com autoridades de Gaza. Pouco antes de o ultimato expirar, um ataque aéreo a uma casa no distrito de Jabalia, no norte de Gaza, matou 20 pessoas e feriu mais de 80, informou a agência de notícias palestina Wafa.

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Enquanto os habitantes restantes da Cidade de Gaza, onde os bombardeios continuaram ininterruptos, ainda tentam chegar ao sul, também há ataques, embora menos intensos, no destino da retirada, com dois bombardeios israelenses em Rafah e quatro em Khan Younis.

Estrangeiros e equipes da Agência das Nações Unidas para Refugiados (UNRWA) foram para o sul, para o centro de treinamento de jovens em Khan Younis, onde estão cerca de 20 mil pessoas, disseram fontes locais à EFE. Dentro desse centro, que abriga funcionários da ONU, a situação é catastrófica, sem água potável, eletricidade ou internet, porque ninguém tem mais recursos.

Hospitais de Gaza divergem na resposta a pedido israelense

De acordo com organizações humanitárias, os hospitais da Cidade de Gaza receberam um ultimato para deixar as instalações, que foi prorrogado duas vezes até as 16 horas (horário local) de sábado. Menos de uma hora antes de o ultimato expirar, a Sociedade do Crescente Vermelho Palestino informou na rede X que suas equipes se recusaram a deixar o hospital Al Quds, em Gaza, tratando um grande número de feridos, incluindo muitos entubados em terapia intensiva e crianças em incubadoras, que não podem deixar o local. “O Crescente Vermelho não pode evacuar o hospital e continuará a prestar assistência aos doentes e feridos como parte de seu mandato humanitário”, diz o comunicado. Já o hospital Al Awda, em Gaza, que também recebeu um ultimato, foi finalmente esvaziado em grande parte, informou a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que está trabalhando com a instituição.

Mais de 2,2 mil pessoas foram mortas e 8,7 mil ficaram feridas em bombardeios aéreos na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, quando o grupo islâmico palestino Hamas, que domina o enclave, realizou um ataque terrorista contra Israel que matou mais de 1,3 mil pessoas, em sua imensa maioria civis.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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