O juiz Kostiantin Sadovski anunciou neste sábado (28) o adiamento para 21 de maio da retomada do julgamento da opositora ucraniana presa Yulia Timoshenko, considerando que é "impossível" julgá-la em sua ausência por causa de seu estado de saúde.
"A corte considera impossível examinar o caso na ausência de Timoshenko", declarou o juiz pouco depois do começo da audiência, adiando o processo para 21 de maio.
Enquanto isso, filha de Yulia pediu ao governo alemão que salve a vida de sua mãe, em um apelo que será difundido no domingo pelo jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.
"Salvem a vida da minha mãe antes que seja tarde demais", pede Evguenia Timoshenko, de 32 anos, filha da ex-primeira-ministra da Ucrânia, que está em greve de fome na prisão de Jarkiv (leste).
A chefe de governo alemão, Angela Merkel, disse na sexta-feira que tentou fazer com que a ex-primeira-ministra fosse atendida por médicos na Alemanha, em uma entrevista concedida a uma rádio local.
"O destino da minha mãe e o do meu país são um só. Se ela morrer, a democracia morrerá também", acrescentou. Timoshenko, que sofre de hérnia de disco, está "muito fraca", disse sua filha.
Segundo ela, a opositora não é favorável a um boicote à Eurocopa 2012 que será disputada na Ucrânia e na Polônia. Pelo contrário, deseja que "os políticos alemães e europeus não apareçam em público ao lado do presidente Viktor Yanukovich nos estádios ou fora deles".
Presa desde agosto de 2011, Timoshenko, de 51 anos, foi condenada em outubro a sete anos de prisão por abuso de poder.
A opositora denuncia uma vingança pessoal do presidente Viktor Yanukovich, eleito em 2010, para distanciá-la, sua principal adversária política.