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Acusado de dez crimes e sob risco de ser condenado à prisão perpétua, o paquistanês naturalizado americano Faisal Shahzad declarou-se ontem culpado pelo atentado frustrado na Times Square, em Nova York, em maio.

Num tribunal federal em Ma­­nhattan, Shahzad disse à juíza Miriam Goldman Cederbaum que gostaria de se declarar culpado "mais cem vezes’’. A sentença está marcada para 5 de outubro.

Shahzad, 30 anos, afirmou que, a menos que os EUA saiam do Iraque e do Afeganistão e parem de se intrometer em terras muçulmanas, "eles atacarão’’.

"É preciso entender de onde eu venho. Eu me considero um solda­­do muçulmano’’, disse ele, acusado de tentativa de usar armas de destruição em massa e de praticar terrorismo transnacional.

Questionado se não se preocupa com o fato de que poderia ter matado crianças, ele respondeu que os EUA não se importam quando crianças morrem em países muçulmanos.

"É uma guerra. Sou parte da resposta à aterrorização americana das nações muçulmanas e do povo muçulmano’’, declarou o acusado, no tribunal.

Shahzad reafirmou ter recebido treinamento no Paquistão e atribuiu ao Taleban do país as lições para construir a bomba que pretendia detonar na Times Square, em 1.º de maio.

Fracasso

Ele disse ter escolhido uma noite quente de sábado porque haveria mais gente que pudesse ma­­chucar ou matar. E descreveu que o veículo usado no atentado, uma perua Nissan Pathfinder, tinha três bombas, e a intenção era que explodissem como uma bola de fogo.

O paquistanês, que foi preso dois dias depois, ao tentar fugir do país, disse ter esperado entre 2 e 5 minutos para que os artefatos detonassem, após acender um pavio. "Esperei para ouvir um barulho, mas não ouvi. Então andei até a [estação] Grand Central e fui para casa.’’

Segundo a rede de tevê CNN, Shahzad também considerava promover ataques no Rockefeller Center, no Grand Central Terminal e no World Financial Center, al­­guns dos principais pontos de Nova York.

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