O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, concluiu nesta terça-feira uma visita excepcionalmente discreta aos Estados Unidos, manifestando confiança de que suas conversas com o presidente Barack Obama contribuíram com a segurança de Israel e com a eventual retomada do processo de paz.
O encontro de segunda-feira à noite foi anunciado apenas em cima da hora e teve mínima exposição na imprensa. As relações entre Netanyahu e Obama estão abaladas por causa da relutância israelense em congelar a expansão dos assentamentos na Cisjordânia.
"Foi uma conversa muito focada e positiva", disse Netanyahu a jornalistas antes de partir. "Esta conversa tratou de uma gama de assuntos que são importantes para a segurança de Israel e para os nossos esforços conjuntos de promover a paz."
Sem entrar em detalhes, ele afirmou: "Acho que esta visita irá se mostrar muito importante."
Yuli Edelstein, ministro israelense que acompanha Netanyahu, disse a uma rádio que o encontro na Casa Branca incluiu uma discussão sobre o Irã, cujo programa nuclear e apoio aos grupos Hamas e Hezbollah são citados por Israel como empecilhos ao processo de paz.
Israel apoia os esforços dos EUA e de outras potências para convencer o Irã a restringir seus projetos nucleares, ainda que Teerã rejeite as suspeitas de que estaria desenvolvendo armas atômicas. Mas Israel, que supostamente possui o único arsenal nuclear do Oriente Médio, não descarta uma ação militar contra o Irã.
Na questão dos assentamentos da Cisjordânia, Netanyahu propõe limitar temporariamente sua ampliação a 3.000 casas. Ele também diz que Jerusalém Oriental, capturada na guerra de 1967 e reivindicada pelos palestinos como capital do seu eventual Estado, deve ficar de fora da equação.
Os palestinos veem a anexação de Jerusalém Oriental e os assentamentos, considerados ilegais pela Corte Mundial, como obstáculos à sua soberania territorial.