O ditador da Venezuela, Nicolas Maduro, e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, vão se reunir nesta quinta-feira (14) em São Vicente e Granadinas para discutir a disputa pelo território de Essequibo, que se intensificou nas últimas semanas. O encontro contará com a presença de vários líderes caribenhos e representantes do Brasil e das Nações Unidas.
A reunião foi anunciada pelo governo de São Vicente e Granadinas, que afirmou que o país está “facilitando” as negociações, mas não atuará como "mediador". O governo disse nesta quarta-feira (13) que os preparativos para o encontro estavam concluídos e que diversos representantes já estavam no país caribenho. O primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, disse que espera que a conversa entre os dois líderes “reduza as tensões, a linguagem violenta e a escalada na região”.
A Venezuela aprovou em um referendo unilateral em 3 de dezembro a anexação de Essequibo, uma área rica em recursos naturais que corresponde a cerca de 70% do território da Guiana. O regime de Maduro também ordenou o estabelecimento de uma divisão militar perto da área disputada, sem incursões por enquanto, entre outras medidas.
A Guiana, por sua vez, rejeita qualquer negociação sobre a fronteira terrestre, que considera definida desde 1899 por um tribunal arbitral. O país defende que a disputa seja resolvida pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), que iniciou um processo em 2018 a pedido da Guiana.
A reunião desta quinta-feira será a primeira que Ali, que assumiu cargo de presidente da Guiana em agosto de 2020, tem com o ditador venezuelano. O encontro também terá a participação do consultor de Lula, Celso Amorim, e de Courtney Ratray, chefe de gabinete do secretário-geral da ONU, António Guterres.
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