Dalian, China (EFE) A reunião informal da Organização Mundial do Comércio (OMC) terminou ontem em Dalian, na China, com avanços em alguns setores, mas sem um acordo claro sobre como garantir o sucesso da conferência ministerial de Hong Kong, em dezembro. "Estou muito preocupado porque não encontramos muitas áreas de coincidência", disse o diretor-geral da OMC, Supachai Panitchpakdi, no fim da reunião, que segundo o vice-ministro do Comércio da Austrália, Mark Vaile, "não conseguiu cumprir as expectativas".
Panitchpakdi lamentou não se ter falado sobre números, e sequer em uma fórmula clara para a redução de tarifas agrícolas ou a abertura do comércio de bens industriais. O diretor-geral do órgão pediu "mais esforços" e "vontade política" de todas as partes para avançar em Genebra, pois a partir da próxima semana, lembrou, faltarão poucos dias para o final de julho.
O secretário de Comércio de Hong Kong, John Tsang, reconheceu que, à medida que as negociações avançam, "as questões sobre a mesa ficam mais e mais difíceis", por isso pediu o "envolvimento coletivo e esforços dos 148 membros da OMC". Ele ressaltou que é preciso chegar a alguns pontos de consenso antes da reunião de dezembro.
O comissário europeu do comércio, Peter Mandelson, adiantou que a União Européia apresentará na semana que vem, em Genebra, novas propostas para a abertura agrícola com base na idéia do G20 - fórum de ministros de finanças e líderes de bancos centrais , e se mostrou disposto a participar de negociações nos próximos meses.
O vice-representante de comércio dos EUA, Peter F. Allgeier, considerou ser possível "uma primeira aproximação em julho", caso haja um trabalho profundo, mas também reconheceu que o alcançado até agora "não cumpre as expectativas".
Os países em vias de desenvolvimento não esconderam a decepção porque os avanços alcançados no âmbito agrícola não foram estendidos aos setores industrial e de serviços, ao mesmo tempo em que também não houve progressos concretos na elaboração de normas e compromissos para o desenvolvimento dos países mais pobres.
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