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Três dos homens acusados junto com Saddam Hussein pela execução de 148 xiitas nos anos 1980 no Iraque negaram neste domingo o envolvimento no caso, durante o julgamento que pode condená-los à morte. Foi a primeira audiência judicial desde 1º de março, quando Saddam Hussein reconheceu ter ordenado o início dos processos que levaram à morte dos 148 homens, após uma tentativa de assassiná-lo na cidade xiita de Dujail, em 1982.

O tribunal em Bagdá retomou as atividades enquanto uma série de explosões atingiu a cidade, matando pelo menos 50 pessoas. Ondas de violência similares, pelas quais insurgentes sunitas foram acusados, coincidiram com audiências anteriores do julgamento, que iniciou-se em outubro passado e tem sofrido atrasos.

Saddam não estava na corte, e espera a sua vez de testemunhar. Ele e mais sete aliados do seu regime são acusados de crimes contra a humanidade no caso das mortes de Dujail. Se condenados, eles podem ser enforcados.

Ainda assim, o tom de muitas das defesas dão a impressão de trivialidade, dada a gravidade do crime julgado.

Mizhir Abdullah Kathim Ruwaid, um membro do partido Baath, funcionário do Departamento de Correios e Comunicação de Dujail, afirmou ter sido falsamente envolvido no caso por uma mulher, que havia tido a linha de telefone cortada por ele, por não pagar a conta.

Ele também alegou a falta dos óculos para explicar porque havia assinado um termo dizendo que havia recebido ordens do meio-irmão de Saddam e chefe da inteligência, Barzan al-Tikriti, para prender os homens.

- Eu não disse isso. Eu posso ter assinado um papel em branco, porque não estava com os meus óculos quando o juiz (Raed) Jouhi me encontrou - declarou ele, que repetidamente fez menção a Deus e alegou a sua inocência.

Ruwaid e três outros integrantes de menor expressão do partido Baath, incluindo o pai dele, estão somente envolvidos no caso das mortes em Dujail, ao contrário de Saddam, que ainda enfrenta julgamentos por outras acusações.

Ali Dayi Ali, outro integrante do partido, negou também qualquer envolvimento

Abdullah Kathim Ruwaid, pai de Mizhir Ruwaid, um ex-paramilitar e membro do Baath, que afirmou ter 80 anos, disse não haver passado informaoes sobre homens executados em Dujail.

Cada um dos réus terá a oportunidade de rebater as acusações feitas contra eles nos próximos dias e não aparecerão em corte até a sua vez de testemunhar. Não está claro quando será a próxima aparição de Saddam.

As audiências devem continuar por esta semana, seguidas de uma provável pausa de semanas para que a corte prepare acusações mais específicas. As audiências serão retomadas nesta segunda-feira.

Em 1º de março, Saddam reconheceu ter dado ordens que levaram às execuções, mas insistiu ter agido como presidente do país, de acordo com as leis iraquianas.

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