A edição italiana da revista Vanity Fair elegeu o papa Francisco como "homem do ano" e o escolheu como capa de seu último número, que estará à venda na próxima quarta-feira (10), por seus gestos, palavras e ações em seus primeiros cem dias de pontificado, "que lhe colocam entre os líderes que fazem história".
A revista destaca a frase "sede pastores com cheiro de ovelhas", dita pelo papa para pedir aos bispos e sacerdotes que estejam sempre junto aos fiéis, e a viagem realizada ontem à ilha italiana de Lampedusa para se reunir com imigrantes ilegais.
A publicação também ressalta a frase "São Pedro não tinha uma conta em banco" e afirma que os seus dizeres "pesam como tijolos".
A Vanity Fair publicou a opinião do cantor britânico Elton John, dos escritores italianos Erri De Luca, Dacia Maraini e Giorgio Faletti e do cantor de ópera italiano Andrea Bocelli sobre Francisco, e eles destacaram diferentes aspectos do pontífice.
"Francisco é um milagre de humildade na era da vaidade. Espero que sua mensagem chegue até os mais marginalizados da sociedade, aqueles que precisam desesperadamente do seu amor. Penso, por exemplo, nos homossexuais", disse Elton John.
O cantor afirmou que o papa quer aproximar a Igreja "dos antigos valores de Cristo e, ao mesmo tempo, do século XXI".
"Se ele sabe chegar às crianças, às mulheres e aos homens que convivem com a Aids, muitas vezes sozinhos e em silêncio, seu farol de esperança dará mais luz que qualquer progresso da ciência, porque nenhum remédio tem o poder do amor", acrescentou Elton John.
Erri De Luca disse que Francisco "vai aonde as vidas dos náufragos foram recebidas com arames de espinhos".
De Luca destacou, além disso, a luta contra a pederastia na Igreja e afirmou que o papa "de fato já esvaziou o conteúdo da poderosa Secretaria de Estado, dirigida pelo cardeal (Tarcisio) Bertone".
Para o cantor Andrea Bocelli, o papa é um "presente de Deus para sua Igreja, atormentada e pregada às forças do mal".
Já a escritora Dacia Maraini declarou que as mulheres esperam "muito" do papa.
"Como admiradora de São Francisco de Assis, seu modelo e inspirador, quero lembrar ao papa que no primeiro projeto do santo estavam as mulheres, que teriam predicado junto aos homens. Deus é também mulher, não?", questionou Maraini.
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