Manifestantes entraram em confronto com a polícia na principal cidade no sul do Afeganistão, ontem, e foram às ruas no turbulento leste do país pela primeira vez, depois que pedidos ocidentais não conseguiram impedir o terceiro dia de fúria sobre a queima do Alcorão por um pastor radical da Flórida.
Dois policiais e um civil foram mortos no terceiro dia de confrontos na cidade de Kandahar e mais de 30 pessoas ficaram feridas.
Em Jalalabad, a maior cidade do leste do país, centenas de pessoas bloquearam a principal rodovia por três horas, gritando para tropas norte-americanas irem embora, queimando uma efígie do presidente Barack Obama e pisando sobre um desenho de uma bandeira dos EUA.
Mais de mil pessoas juntaram pneus em chamas para bloquear por cerca de uma hora outra estrada na província de Parwan, no leste do país, disse o chefe da polícia provincial Sher Ahmad Maladani.
A violência foi desencadeada em reação à queima de um exemplar do Alcorão no dia 20 de março numa igreja da Flórida, a mesma cujo pastor tinha ameaçado queimar o livro sagrados dos muçulmanos no ano passado no aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Os protestos, que começaram na sexta-feira, parecem ser impulsionados mais amplamente pelo ressentimento que vem sendo construído há anos no Afeganistão, sobre as operações das forças militares ocidentais, acusadas de matar e maltratar civis, e empreiteiras internacionais que, para muitos, estão enriquecendo-se e alimentando a corrupção, em detrimento dos afegãos comuns.
O presidente afegão, Hamid Karzai, pediu ao Congresso dos Estados Unidos que os parlamentares condenem a queima do Alcorão.