Pelo menos oito pessoas foram mortas durante um motim que ocorreu na noite de segunda-feira (23) prisão central de Aleppo, localizada no norte da Síria. O anúncio foi feito nesta terça-feira (24) pelo Conselho Nacional Sírio (CNS).
De acordo com o anúncio do CNS, forças do governo "abriram fogo com balas e gás lacrimogêneo contra os detentos em resposta à manifestação pacífica organizada pelos prisioneiros por causa da grande injustiça da qual são vítimas". Ainda de acordo com o órgão, "Oito pessoas foram martirizadas e houve um incêndio na prisão". Ativistas que estão em contato com os sobreviventes afirmam que um o número de mortos no motim chega a 15.
Aleppo tem sido cenário de lutas desde a última sexta-feira, quando a cidade se transformou em um novo campo de batalha travada entre rebeldes e o governo de Bashar Assad. De acordo com o anúncio do SNC, membros do regime realizaram disparos de helicópteros e o fogo se agravou dentro da prisão, impedindo a chegada de ajuda ao local.
Membros do Observatório Sírio pelos Direitos Humanos disseram que o confronto piorou durante a noite e que há informações sobre lutas intensas travadas em vários pontos da vizinhança da prisão. "Temos relatos de que após o motim, as autoridades enviaram um grupo de juízes para a prisão para fazer investigações. É possível que essa presença possa ter levado a execuções sumárias", disse Rami Abdel Rahman, do Observatório Sírio.
A revolta de Aleppo é a segunda em menos de uma semana na Síria, depois de um incidente similar que ocorreu na prisão central localizada no sul da cidade de Homs. Na segunda-feira, um ativista que se identificou como Umm al-Sakher disse que sua irmã, detenta da prisão de Homs, estava "vivendo sob condições de perigo. Não há comida e nem água na prisão. Ela está completamente cercada", relatou.
De acordo com o Observatório Sírio, milhares de pessoas foram detidas e mais de 17 mil foram mortas desde o início das batalhas que tomam conta do país, iniciadas em março de 2011. A imprensa oficial da Síria afirma que mais de 4 mil pessoas foram libertadas em sete etapas desde o início do levante e que dessas cerca de 1.000 saíram da prisão no último mês de maio. As informações são da Dow Jones.
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