Máscaras de gás penduradas no teto, rodas de carros, fotografias e pôsteres são algumas das obras de artistas ucranianos criadas na revolução que abalou o país. Elas fazem parte da exposição Sou Uma Gota no Oceano, no Museu Künstlerhaus, de Viena, na Áustria.
"O que podemos ver são verdadeiras peças de arte, documentos da revolução, da situação e dos sentimentos vividos pelos ucranianos", conta Peter Zawrel, diretor do Künstlerhaus.
A exposição particular, aberta ao público até o próximo dia 25, relata, em forma de imagens e instalações, os protestos que sacudiram a Ucrânia entre novembro de 2013 e fevereiro deste ano, suscitados pela recusa do então governo pró-Rússia de assinar o Acordo de Associação com a União Europeia.
Sensações
"I am a drop in the Ocean" (título em inglês) era o slogan que os manifestantes usavam durante os protestos na Praça da Independência, de Kiev.
"Os objetos e obras expostas são trabalhos originais cedidos pelos próprios artistas e cidadãos comuns de Kiev que transmitem sentimentos", destaca o diretor do museu.
A situação vivida na Praça da Independência foi realmente grandiosa, era uma questão de vida e da morte", relatou Zawrel, acrescentando que é exatamente esse sentimento que o visitante pode ter depois de ver as obras.
Uma das imagens mais impactantes do fotógrafo ucraniano Markiyan Matsekh é a de um pianista tocando Chopin na frente de 500 policiais do batalhão de choque. Trata-se de uma imagem que acabou se tornando uma espécie de símbolo da paz e dos protestos.
Outra obra impactante é "Renúncia ao Reino da Escuridão" que mostra uma manifestação liderada por um grupo de pessoas que se intitulava Setor Civil de Maidan. Os manifestantes ficaram na frente da polícia com vários espelhos. A ideia era que os agentes se enxergassem refletidos, como as pessoas da cidade os viam.