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Aproximação

Rice pressiona Congresso por tratados comerciais com América Latina

O Congresso dos EUA daria um "grande golpe" contra o Peru, o Panamá e a Colômbia, além de prejudicar os interesses norte-americanos na América Latina, caso não aprove os tratados de livre-comércio com esses três países, disse na terça-feira a secretária de Estado, Condoleezza Rice.

"Isso passaria para toda a região uma mensagem em alto e bom som de que os Estados Unidos não merecem confiança no que diz respeito a manter suas promessas", afirmou Rice em discurso na Organização dos Estados Americanos (OEA).

A Casa Branca está empenhada em aprovar os tratados comerciais. O Congresso deve aprovar o tratado com o Peru nas próximas semanas, mas os outros dois enfrentam obstáculos significativos.

"O fracasso em concluir esses acordos seria um grande golpe contra esses três países, dos quais ninguém pode pressupor que haveria uma fácil recuperação", declarou Rice. Seria um recado errado também "para os inimigos da democracia no nosso hemisfério", disse ela, numa aparente alusão ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Rice pediu ao Congresso que se ocupe do tratado com a Colômbia depois de concluir o do Peru, e que aprove ambos antes que expirem os atuais benefícios comerciais para a região andina, em fevereiro.

Grupos trabalhistas dos EUA se opõem ao acordo com a Colômbia, que segundo eles é o país mais perigoso do mundo para sindicalistas. Eles acusam o governo do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, de permitir a impunidade para os assassinos de centenas de sindicalistas.

Em junho, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e outros líderes democratas afirmaram que só dariam apoio ao acordo com a Colômbia se houvesse "provas concretas" de que há um esforço contra a violência e a impunidade naquele país.

Rice argumentou que, sob o governo de Uribe, a Colômbia deixou de ser um Estado "devastado pelo narcoterrorismo" e pelas milícias, e que isso por si só já é um grande avanço na questão dos direitos humanos.

"Acho que basta olhar o histórico do que a Colômbia fez. Ela era praticamente um Estado falido em 2000, 2001," disse Rice posteriormente a jornalistas. "Não sei neste estágio em particular quantas provas mais são necessárias de que há um governo democrático comprometido."

Rice declarou que os três acordos são parte de esforços bipartidários e de longo prazo dos EUA para promover a democracia e a prosperidade na América Latina, e alertou que a não aprovação vai reduzir a influência dos EUA na região.

O presidente George W. Bush deve insistir na aprovação dos acordos na sexta-feira, durante discurso em Miami. No próximo fim de semana, o secretário de Comércio, Carlos Gutierrez, embarca para a Colômbia, à frente de uma segunda delegação parlamentar norte-americana, na esperança de ampliar o apoio ao tratado.

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