A reunião da União de Nações Sul-americanas (Unasul) desta sexta-feira voltou a lançar luz sobre uma questão que há algum tempo preocupa autoridades e especialistas: a possibilidade de que a região caia numa corrida armamentista. Alguns alertam para o risco de o acordo militar Colômbia-EUA servir de pretexto para o aumento dos gastos em armamento. Outros ressaltam já existir uma dinâmica de modernização das Forças Armadas locais que precede essa polêmica. No último ano, os gastos militares na região aumentaram 30% segundo o centro de estudos argentino Nueva Mayoría.
"Por que não analisamos esse processo de compra de armas vergonhoso?", propôs o presidente peruano, Alan García, na Unasul. "Em 2008, gastamos US$ 38 bilhões em armas, dinheiro que poderia ajudar milhares de famílias." O governo colombiano, que desde 2002 recebeu US$ 6 bilhões dos EUA para o combate às drogas, chegou ao encontro de sexta-feira munido da lista dos acordos de outros países. A Venezuela fechou parcerias com o Irã e a Rússia. Comprou US$ 4 bilhões em caças, helicópteros e fuzis de Moscou e fez uma operação militar conjunta.
O Brasil assinou um contrato de mais de US$ 8 bilhões com a França prevendo a compra de helicópteros, jatos e a construção de um submarino nuclear. O Peru espera uma ajuda de US$ 1,2 bilhão dos EUA para o combate ao tráfico, a Bolívia deve comprar US$ 100 milhões em armas russas. E o Equador adquiriu 6 aviões de guerra de Israel e 24 do Brasil.
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