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Pedestres caminham pela Oxford Street, em Londres, Reino Unido, 18 de dezembro
Pedestres caminham pela Oxford Street, em Londres, Reino Unido, 18 de dezembro| Foto: EFE/EPA/ANDY RAIN

As infecções pela variante ômicron do coronavírus parecem causar casos menos graves de Covid-19 do que outras variantes, especialmente a delta, apontam dois estudos britânicos divulgados nesta quarta-feira. Ainda assim, cientistas alertam que mais pesquisas ainda são necessárias e que os riscos permanecem.

Dados preliminares da Escócia indicam que houve uma redução de dois terços nas taxas de hospitalizações entre adultos jovens que tinham recebido duas doses de vacinas e foram infectados pela ômicron, em comparação aos infectados pela delta no mesmo grupo.

Esse estudo também afirma que uma terceira dose de vacina contra Covid-19 oferece proteção adicional significativa contra casos graves de Covid-19.

Além disso, dados da Inglaterra apontam que a infecção pela ômicron, quando comparada à delta, está associada a um risco de 20% a 25% menor de atendimentos em hospitais em geral, e um risco 40% a 45% menor de internações com um dia ou mais de duração.

Neil Ferguson, diretor do Centro Global de Análises de Doenças Infecciosas no Imperial College London, explicou que os dois estudos analisaram grupos diferentes: os dados da Escócia se referem a pacientes que foram internados em hospitais, enquanto os dados da Inglaterra observaram casos de Covid-19 que incluíram pacientes que apenas fizeram uma consulta médica e foram liberados para ir para casa, disse o especialista em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira.

O estudo do Imperial College analisou dados de todos os testes PCR positivos para coronavírus nas duas primeiras semanas de dezembro na Inglaterra.

Embora os resultados sejam animadores, especialistas ainda advertem que as infecções pela ômicron devem continuar a aumentar e que muitos precisarão de hospitalização, já que a variante é mais transmissível do que as versões anteriores do vírus.

"Embora seja um estudo com um número pequeno de pessoas, essa é uma boa notícia", disse James Naismith, diretor do Instituto Rosalind Franklin, da Universidade de Oxford, sobre o estudo da Escócia. "A redução de dois terços nas hospitalizações de adultos jovens vacinados em comparação à delta indica que a ômicron será mais moderada para mais pessoas", avaliou.

Naismith ressaltou, no entanto, que a ômicron ainda é capaz de causar doença grave nos vacinados com duas doses. "Se [a taxa de transmissão da] ômicron continuar a dobrar a cada dois dias, ela pode causar muito mais hospitalizações do que a delta entre a população duplamente vacinada", disse o professor de Biologia Estrutural ao Science Media Centre.

Penny Ward, professora de Medicina Farmacêutica no King's College London também descreveu os resultados dos dois estudos britânicos como boas notícias. Ela ressaltou, no entanto que com a propagação "extraordinária" dessa variante, mesmo se uma pequena proporção de pessoas infectadas precisarem ser internadas, isso pode se tornar uma sobrecarga aos hospitais do Reino Unido, se as taxas de infecção permanecerem.

"Continua sendo importante para todos nós manter os cuidados, fazer testes frequentes e receber a dose de reforço o mais rápido possível", disse a pesquisadora ao Science Media Centre. "Se fizermos isso, podemos esperar um ano novo mais feliz do que na mesma época do ano passado".

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